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Talvez o espere ainda a Incomeçada
aquela que louvámos uma noite
quando o abril rompeu em nossas veias.
Talvez o espere a avó o pai amigos
e a mãe que disfarça às vezes uma lágrima.
Talvez o próprio povo o espere ainda
quando subitamente fica melancólico
propenso a acreditar em coisas misteriosas.
Algures dentro de nós ele cavalga
algures dentro de nós
entre mortos e mortos.
É talvez um impulso quando chega maio
ou as primeiras aves partem em setembro.
Cargas e cargas de cavalaria.
E cercos. Conquistas. Naufrágios naufrágios.
Quem sabe porquê. Quem sabe porquê.
Entre mortos e mortos
algures dentro de nós.
Quem pode retê-lo?
Quem sabe a causa
que sem cessar peleja?
E cavalga cavalga.
Sei apenas que às vezes estremecemos:
é quando irrompe de repente à flor do ser
e nos deixa nas mãos
uma espada e uma rosa.
Manuel Alegre, in "Atlântico
Há 50 anos, o mês de Abril começou a ter um significado muito especial para nós, Portugueses.; acabou a ditadura, a guerra colonial e tivemos a tão esperada liberdade.
Escolhi Manuel Alegre para lembrar o 25 de ABRIL
Emília Pinto
Uma escolha tão significativa. Que se fortaleçam as democracias.
ResponderEliminarBom abril para você Emília!
Beijo, ana paula
Nem tudo é bom nas democracias, mas termos a liberdade de expressar as nossas ideias, de escrevermos o que nos apetecer, de ouvir as músicas que apreciamos é uma bênção. Cresci em tempos de ditadura, mas não me apercebi das implicações que isso acarretava; só lamentava o facto de o meu irmão e o meu, hoje marido, estarem na guerra na Guiné A guerra colonial foi o pior que nos aconteceu nesses tempos. Agora, é cuidar para que não voltem esses tempos. Um beijinho, Ana Paula e muito obrigada pela visita. No dia 25 de Abril é feriado, aqui em Portugal. Saúde para todos vós, Amiga!
EliminarEmilia
Boa noite de Paz, querida amiga e Emília!
ResponderEliminarTenho lido, em blogs amigos portugueses, textos alusivos ao 25 de Abril.
Lágrimas disfarçadas rompem nossa face ante a falta da Liberdade.
"E nos deixa nas mãos uma espada e uma rosa."
E pode ser um cravo vermelho da cor de muito sangue derramado.
Ainda bem que se intenta lutar, ainda que falte muito a cavalgar ou mesmo caminhar se arrastando pelas décadas de anos.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno
Um dia muito importante para nós, Rosélia, principalmente pelo fim da guerra colonial que matou muitos jovens e que deixou traumas em muitos, traumas que ainda hoje persistem. O meu irmão e o meu marido estiveram na Guiné e, felizmente vieram com saúde e sem qualquer trauma. Beijinhos e muito obrigada pelo carinho. Saúde e serenidade para todos aí
EliminarEmilia
Bela poesia e a data marcante! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarObrigada, Chica! Uma data muito importante para nós, portugueses. E convém fazer tudo para que a democracia continue viva. Beijinhos, Amiga e saúde para todos vós
EliminarEmilia
Querida Emília
ResponderEliminarRecordar o 25 de Abril e, em especial, agora que perfaz os 50 anos
é lembrarmo-nos que a liberdade nos acompanha e que devemos
fazer por ela o que estiver ao nosso alcance para que perdure nas
nossas vidas.
É uma presença que nos afaga e conforta. Faz-nos
lembrar outros povos que nunca a tiveram ou que a perderam e
vivem no maior isolamento espiritual. Faz-nos lembrar as Crianças
que vivem na miséria e no meio da guerra em que muitas perdem
a vida.
Somos um povo que devia considerar-se feliz e festejar com
palavras de gratidão por esse bem maior que é a liberdade.
Que tenhas dias abençoados, minha amiga, com os teus.
Beijinhos
Olinda
Sim, devemos agradecer a liberdade que conquistámos sem violência e não termos guerras que tantas vidas levam, tanta fome provocam e nem as crianças poupam. Temos de fazer tudo, querida Olinda , para que esta paz continue no nosso país e que os tempos da ditadura não voltem . Um bom feriado, querida Amiga, com a mesma alegria que nos trouxe essa data e também que a saúde não vos falte, a todos. Viva o 25 de Abril! Beijinhos
EliminarEmilia
Celebro consigo, minha Amiga Emília, os cinquenta anos do dia 25 de Abril, esse dia que foi único e mágico nas nossas vidas. Escolheu bem Manuel Alegre, um poeta que sempre cantou a liberdade mesmo na resistência. Que a liberdade nunca deixe de nos pertencer e que possamos festejá-la sempre em cumplicidade.
ResponderEliminarUmas boa semana.
Um beijo.
E este dia está a ser festejado, como nunca, em todo o país e espero que assim continue; temos de estar atentos e fazer a nossa parte para que a ditadura não volte, (brigada, querida Graça! Que te sintas sempre livre e que a saúde te acompanhe, tanto a ti quanto aos teus
EliminarBeijinhos
Emilia
Grande Manuel Alegre.
ResponderEliminarA sua poesia pode ler-se e reler-se que nunca cansa.
Viva o 25 de Abril, SEMPRE.
Tem uma ótima semana.
Beijinhos.
Viva o 25 de Abril, sempre, Jaime e, se depender de quem viveu no Portugal de antes, com certeza a ditadura não voltará. Beijinhos e muito obrigada pela visita
EliminarEmilia
Olá Emília !Este poema evoca uma sensação de espera e esperança, misturada com a melancolia da memória e da perda. O “Cavaleiro” parece ser uma figura simbólica que representa tanto a bravura quanto a fragilidade humana, um eco de tempos passados que ainda ressoa dentro de nós. Gostei imenso. Grande beijo.
ResponderEliminarSim, nós portugueses esperámos muito tempo pela liberdade, pelo fim da ditadura e hoje, 25 de Abril, festeja-se os 50 anos do golpe de estado que acabou com ela. Manuel Alegre é um poeta que muito lutou por essa liberdade e por isso o escolhi Beijinhos, Amigo e muito obrigada pelo carinho. Saúde, sempre!
EliminarEmilia
Com certeza é uma data muito importante para vocês;
ResponderEliminarTem que ser lembrada sempre, é um alívio viver em uma democracia.
Tenha uma boa entrada de mês de maio.
Paz e Bem.
Que bom, ver-te aqui, querida Janicce! Nenhum regime é perfeito, mas é melhor viver em democracia..Obrigada por teres vindo, Amiga! Um beijinho e saúde para todos vós
EliminarEmilia