quinta-feira, 23 de julho de 2015

O CINISMO DOS VALORES







( imagem retirada da net )



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 Cada vez mais desesperado. Olho, olho, e só vejo negrura à minha volta. Fé? Evidentemente... Enquanto há vida, há esperança — lá diz o outro. Mas, francamente: fé em quê? Num mundo que almoça valores, janta valores, ceia valores, e os degrada cinicamente, sem qualquer estremecimento da consciência? Peçam-me tudo, menos que tape os olhos. Bem basta quando a terra mos cobrir! — Ah! mas a humanidade acaba por encontrar o seu verdadeiro caminho — dizem-me duas células ingénuas do entendimento. E eu respondo-lhes assim : Não, o homem não tem caminhos ideais e caminhos de ocasião. O homem tem os caminhos que anda. Ora este senhor, aqui há tempos, passou três séculos a correr atrás dum mito que se resumia em queimar, expulsar e perseguir uns outros homens, cujo pecado era este: saber filosofia, medicina, física, astronomia, religião, comércio — coisas que já nessa época eram dignas e respeitáveis.


 Miguel Torga, in "Diário (1942),



Também pergunto? Fé em quê? Passam-se séculos e o homem continua o mesmo e, embora mantenhamos a  a esperança de que o cinismo acabe, ele está por aí, a cada esquina. Há alturas em que digo a mim mesma que o melhor é ficar em casa e não procurar ninguém para conversar. Não se pode confiar nas pessoas. Ainda há dias tive provas disso.. Triste!!!


Fiquem bem, queridos amigos!

Emília Pinto





quinta-feira, 16 de julho de 2015

MURALISTAS




No ano de 1910, o México era governado por Porfírio Díaz, que havia implantado a ditadura no México no ano de 1876 a 1880 e de 1884 a 1911, permanecendo mais de trinta anos no poder.
 A Revolução Mexicana teve como principais acontecimentos a reivindicação da reforma agrária e a manifestação dos camponeses que solicitavam um retorno à sua cultura, ou seja, a busca e a valorização da cultura indígena.
Durante as décadas de 1920 e 1930, o México passou a ser o âmago da arte no continente americano. Os pintores mexicanos, influenciados pela revolução, iniciaram uma proposta de ‘arte revolucionária’ que seria uma mistura entre influências da arte pré-colombiana (civilização Maia, Asteca, Incas) e da arte moderna. Segundo os pintores do período, a nova arte que surgia no México deveria ser das camadas populares, ou seja, o povo teria acesso a essa arte. A influência revolucionária seria expressa em grandes murais nos edifícios públicos, que foram a principal tela dessa nova arte. As principais representações da nova arte vieram do revivamento da criatividade da antiga cultura mexicana, portanto, a sua principal proposta era o “retorno” às origens indígenas. Como a sua principal característica era a pintura em grandes murais públicos, a nova arte que surgiu foi chamada de pintura muralista. Os principais representantes ficaram conhecidos como ‘Muralistas’, são eles: Clemente Orozco (1883-1949), David Siqueiros (1896-1974) e Diego Rivera (1886-1957). Os principais temas pintados por esses artistas foram a transmissão de mensagens de luta, à população, contra as desigualdades sociais, a miséria e a exploração dos camponeses. Os pintores muralistas mexicanos foram convidados a desenhar e expressar sua arte em outros países, como no caso de Diego Rivera, convidado a expressar sua arte no edifício Rockfeller (1933) nos Estados Unidos da América, prédio que representava o ícone do sistema capitalista. Lá, Rivera pintou, sem o conhecimento do milionário dono da Fundação Rockfeller, a imagem de Karl Marx (ícone do comunismo), fato que levou Rivera a ser convidado a retirar aquela imagem, mas o artista se recusou e a pintura foi destruída. Outro fato importante na vida de Rivera foi ter oferecido hospedagem ao exilado soviético Leon Trótski. Este depois foi morto no México, no dia 20 agosto de 1940, por um agente do ditador soviético Stálin. Os pintores muralistas conseguiram levar até à população mexicana (quase toda analfabeta, mas não cegos para conhecer a sua história de opressão e misérias) as mensagens representadas por fatos que contavam a história do México através das imagens pintadas nos muros.

in Mundo Educação


Amigos, a semana que tive de férias foi passada no México. Fiquei encantada com o que conheci deste país. Tive oportunidade de assistir a um espectáculo, no parque Xcaret que mostrava um pouco da sua história,  suas tradições, cultura e a revolução mexicana. Cheguei à triste conclusão  de que nada sabia deste país e, tendo em mente o que me foi mostrado no espectáculo, pesquisei e resolvi partilhar convosco algo do que aprendi, começando por este movimento que desconhecia por completo.

Um beijinho e espero que gostem.

Emília Pinto