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Tempo. Sou fascinada pelo Tempo. Pelo poder que o Tempo tem de curar, regenerar, destruir, construir, fazer esquecer, trazer de volta, resgatar. Resgatar sentimentos, memórias, recordações, momentos, toques, palavras, músicas, cheiros e texturas.
O Tempo aniquila, une,
reúne, faz-nos andar em frente, para trás, tantas vezes para o lado, em linhas ínvias, por atalhos, quantas vezes de formas nebulosas com compassos irregulares.
O Tempo-regido por Saturno, o «Senhor do Tempo»- obri
ga-nos a parar para pensar, reflectir, ponderar.
Esperar.Obriga-nos a esperar. E esta é para mim, a implicação mais difícil de todas as «capacidades» do Tempo.
O Tempo que é aliado da confiança e da amizade.Quando se vê o tempo como um incremento e não como um contratempo. Tempo para aligeirar, tempo para descomplicar, tempo para circunscrever, para prever o que está escrito, para antecipar e antever o que o Tempo nos traz. O Tempo pode ser nosso amigo, se deixarmos. Da mesma forma que pode estar contra nós. Pode ser engenhoso. Pode conspirar com o Universo. Mas é preciso dar tempo ao Tempo e compreender que o próprio Tempo precisa de tempo para o seu trabalho. É isso sim:
O Tempo também ele, precisa de tempo. No fundo, mas lá bem no fundo,
o que eu gostava era que o Tempo me desse mais tempo para viver de novo o tempo que não aproveitei, que desperdicei, que não apreciei. Mas que, por outro lado me desse tempo para rever o tempo em que amei, ri, desejei, apreciei, regozigei, brinquei, ponderei, imaginei, admirei tudo e todos e todos os momentos que o Tempo foi o suficientemente generoso e engenhoso para me dar.
É assim o Tempo. Dá e tira. Mas, sobretudo, faz-nos compreender que o uso que damos ao tempo depende do tempo que nos damos a nós próprios. E é preciso Tempo para compreender isso.»Pedaços do texto de Ana Anes
Extraído do livro: A minha palavra favorita- edição Jorge Reis-Sá
E porque o tempo passa, aproveito para dar os parabéns ao Rio de Janeiro que fez ontem 445 anos. Parabéns CIDADE MARAVILHOSA!
Emília Pinto