No entanto, os Portugueses não cumpriram o acordo celebrado, ao estabelecerem comércio com o jaga (chefe) de Cassanje. A adesão de alguns sobas (chefes) africanos, incluindo Ngola Mbandi, à política de comércio dos Portugueses, criou uma certa desordem no reino de Ndongo. Nessa altura, para preservar a paz, Nzinga mandou assassinar aqueles chefes, alcançando assim o comando do grupo de resistência à ocupação de Ndongo e Matamba. Em seguida, a rainha de Ndongo e Matamba renegou a fé católica e juntou-se aos guerreiros jagas, passando a exercer as suas acções militares a partir de quilombos.
Com a ajuda de Nzinga, os Holandeses conseguiram ocupar Luanda, entre 1641 e 1648. A heroína conseguiu algumas vitórias e, em 1659, assinou um tratado de paz com Portugal, o que lhe permitiu reinar com uma certa paz até à data da sua morte, a 17 de Dezembro de 1663. A sua irmã Gambi sucedeu-lhe, procurando continuar o trabalho de reconstrução que a irmã iniciara, mas os Portugueses apoderaram-se da região, em 1671.
Resistindo durante 40 anos à ocupação colonial e ao comércio de escravos no seu reino, Nzinga tornou-se um símbolo de luta contra a opressão, passando, por isso, a fazer parte do imaginário histórico e cultural de Angola. A heroína ficou conhecida na Europa, aquando da publicação de Zingha, Reine d'Angola (1769) de Jean-Louis Castilhon, e tem despertado o interesse de historiadores e antropólogos que tentam compreender aquele momento histórico e a política da rainha africana. De referir ainda que há muitas variantes do seu nome, como Ngola Nzinga, Nzinda Mbande Ngola Kiluaje, Ana Nzinga, entre outras. Contudo, é a partir do seu nome, Ngola (em língua quimbundo), que derivou o nome do país, Angola.
In Plural Editores- Angola
Ontem tive conhecimento através do programa cine box que se estava a preparar um filme sobre esta raínha. Como desconhecia por completo a sua existência resolvi pesquisar e partilhar convosco a sua bela história.
Espero que gostem. Espero também que me desculpem a ausência, mas estive uma semana ausente e, claro, o computador ficou a descansar. Logo que possa voltarei. Beijinhos e boas férias a todos.
Emília