quinta-feira, 18 de setembro de 2025

DUAS PALAVRAS APENAS....

 





Imagem pixabay




Há uma semana, por volta das 20h, seguia eu pela rua, quando ouço alguém  dizer-me " boa noite "! Olhei, convencida de que era uma pessoa conhecida mas, não! 

Era uma senhora que não conhecia  e por isso estranhei o cumprimento. 
Estava muito triste e depressa começou a contar-me os seus infortúnios que eram muitos 

Tinha sofrido de violência doméstica por parte do primeiro marido e para sua grande mágoa, o filho tinha decidido ficar com o pai. 

Estava, agora, casada com um senhor viúvo que naquele dia tinha perdido um irmão muito querido e, isso a fazia ainda mais triste 

O braço dela estava com uma grande cicatriz, pois tinha-se submetido a uma cirurgia, inevitável, depois da grave queda que sofreu na rua; ainda não estava recuperada desse acidente. 

Escutei, confortei e o que começou com um simples " boa noite ", acabou com um forte abraço e algumas lágrimas pelo meio 

Não sei se a voltarei a ver, mas, com ela, aprendi que um olá, um bom dia e uma boa noite devem sempre ser dados, mesmo quando não conhecemos as pessoas. Uma grande lição para mim!

Emília

24 comentários:

  1. Olá, querida Emília, bah mas que linda a tua
    solidariedade! Coitada dessa senhora, já chegaram
    pessoas a mim meio assim, mas não desconhecidas.
    Imagino o sofrimento dessa senhora, e ainda o filho foi
    com o pai...quanto amor e gratidão faltou no filho...
    Fico pensando, Emília, quanto sofrimento há nesse tipo de
    coisa, mulheres sofridas sem apoio algum, essa foi desabafar
    suas mágoas, suas dores com quem lhe deu atenção, num rápido e
    desconhecido cumprimento.
    Que ótima crônica nos trazes, é o mundo como ele é…
    Felizes dias pela frente, querida amiga.
    Beijo, paz, saúde e alegria!
    Chegaste das férias, podes escrever mais! 😅 🙋‍♀️ 😘

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    1. Sim, Taís, nem imaginamos o sofrimento que carregam as pessoas e tantas vezes sem terem quem as escute. Fico feliz que tenhas gostado! Segui os teus conselhos e aproveitei um acontecimento do meu quotidiano para escrever uma crónica ; não considero este meu depoimento uma crónica, mas, se a nossa cronista pensa que o é, então, que seja. Vou tentar seguir o que sempre me pediste e fazer novos relatos. Obrigada, querida Amiga pelo incentivo. Deixo -te mil beijinhos e votos de que fiquem todos bem, especialmente no que à saúde diz respeito
      Emília

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  2. Olá, querida amiga Emília!
    Nos dias atuais, nem podemos dar margem ao diálogo na rua com eatranhos...
    Embora saibamos a carência das pessoas, temos medo de ser golpe...
    Que bem teve bom termo seu encontro!
    Precisamos saber atentar às necessidades alheias.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos fraternos

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    1. Sabes, Roselia, a minha cidade é tranquila e por isso não tive qualquer receio; a tristeza da senhora nunca me levaria a pensar em golpe e, se formos a pensar nisso, então, nunca ajudaremos ninguém. Foi bom ter parado, pois isso fez-me bem, a mim e a ela. Beijinhos, querida Amiga e obrigada pelo carinho
      Emília

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  3. Saber ouvir pode fazer um bem enorme a quem precisa falar, desabafar!
    Mas nem sempre as pessoas ouvem ou falam o que preciusamos ouvir! Linda crônica! beijois praianos,chica

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    1. É isso mesmo, Chica, faz bem a quem precisa desabafar e nós também ficamos felizes por termos sido úteis. Muito obrigada, querida Amiga e fica bem, com saúde e alegria, apesar de tantas desgraças por esse mundo fora. Beijinhos
      Emilia

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  4. Boa noite, querida Emília
    Tens razão. Por vezes um Olá, um bom dia, a resposta a um simples cumprimento é a senha necessária para que alguém tenha coragem para desabafar grandes sofrimentos.
    O caso dessa desconhecida é o exemplo de que muita solidão grassa neste nosso mundo.
    Elogio o teu sentido de solidariedade e todo o apoio que deste a quem se dirigiu a ti, na procura de um coração que lhe desse ouvidos.
    Desejo - te bom fim de semana, junto aos teus.
    Beijinhos
    Olinda

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    1. Foi essa a lição que tirei desse " boa noite " dado por uma desconhecida e, podes crer, querida Olinda, que agora sempre terei esse pequeno gesto para qualquer pessoa que por mim passe. Não custa nada e às vezes faz toda a diferença. Obrigada, querida Amiga!. Espero que estejam todos bem aí em casa e que nas vossas vidas, o carinho e atenção nunca faltem. São tão importantes...
      Beijinhos
      Emilia

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  5. Olá, Emilia.
    Esses encontros são muito enriquecedores. Lembrei-me agora do meu sogro, que era evangélico e saia na rua dando "a paz do Senhor" pra todo mundo que cruzava com ele...rs Era uma grande figura, generoso e de coração grande.

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    1. São mesmo, Eduardo, mas o teu avô devia ser muito generoso e de grande coração. O mundo precisa de gente assim...
      Obrigada, Amigo e fica bem, com saúde, sempre. Beijinhos
      Emilia

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  6. Emília,

    teu relato me emocionou profundamente. É incrível como um simples “boa noite” pode abrir espaço para humanidade, escuta e conforto. Lendo teu texto, percebi que esses pequenos gestos de atenção têm poder de transformar o dia de alguém, às vezes de forma decisiva. Aprendi contigo que a gentileza não é só educação, é um encontro com a vida do outro e que nunca sabemos o quanto alguém precisa ser visto e acolhido naquele momento.
    Uma boa noite!

    Fernanda

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    1. Pois é, Fernanda, aprendemos sempre muito uns com os outros, somos todos importantes e nunca devemos esquecer esse facto. Eu aprendi com esta senhora a importância de um olá, um bom dia, um boa noite e tu dizes que te ensinei que " a gentileza não é só educação, é um encontro com a vida do outro ". Os problemas do nosso mundo, Fernanda, estão precisamente na pouca importância que damos ao outro, vivendo a nossa vidinha como se nos bastassemos a nós mesmos, como se fossemos mais que os outros, enfim...vivendo sem o mínimo respeito pelos que nos cercam. E por isso, Amiga, temos tantas guerras cada vez mais perigosas
      Obrigada pelas bonitas palavras aqui deixadas e deixo -te um beijinho e votos de serenidade e saúde para todos vós
      Emília

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  7. Basta uma palavra na hora certa. Basta um abraço para reconfortar alguém. Fiquei sensibilizada com este seu relato, minha Amiga Emília.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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    1. Tão simples, não é, querida Graça ? Por que, então, o fazemos tão poucas vezes ? Não sei, mas eu aprendi, com este facto, que irei mudar , dando mais importância a estes gestos tão importantes para quem está carente de atenção, de afeto. Muito obrigada pelo carinho e pelas palavras que aqui deixaste. Saúde, querida, Amiga e até breve. Beijinhos
      Emilia

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  8. Dizer boa noite, bom dia ou boa tarde com quem nos cruzamos está a cair em desuso. Nas aldeias, porque nas cidades ou em sítios muito movimentados seria impensável. Mas eu ainda o faço e normalmente sou correspondido. E vice-versa.
    E desse cumprimento pode surgir uma conversa interessante. Já me aconteceu diversas vezes, mas só em locais de espera, seja do autocarro, do comboio ou da consulta médica, por exemplo.
    Um texto interessante, gostei de ler.
    Tem uma boa semana minha querida amiga.
    Beijos.

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    1. É certo, cumprimentar as pessoas está cada vez mais em desuso, assim como outros pequenos gestos, Jaime. As pessoas foram perdendo o interesse pelos outros, pensam só nelas mesmas e isso não é nada bom; corre-se muito para se ter cada vez mais e os afectos desaparecem ; eu tento cumprimentar toda a gente e isso é fácil, quando estou numa sala de espera ou num café onde encontro pessoas conhecidas mas este caso que contei ensinou-me que devemos fazer o mesmo quando nos cruzamos com desconhecidos, porque daí pode surgir uma oportunidade para mostramos que o outro importa. Obrigada, Jaime e fica bem, com saúde, principalmente.
      Beijinhos
      Emília

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  9. Um "bom dia", "boa noite" é o quanto basta para nos sentirmos visíveis... e nem todos sabem ouvir...
    Gostei muito do texto...
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Obrigada, Marta, pelo carinho da visita.. Foi precisamente isso que senti...senti-me " visível " com o cumprimento de uma desconhecida que, na sua tristeza, procurou também ser " visível " ; foi muito bom para as duas. Beijinhos e um bom fim de semana
      Emília

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  10. Hoje em dia perante as multidões parecemos invisíveis na rua. Isso sempre aconteceu nas grandes cidades, mas agora já à muito que é visível nas aldeias. Parece que as pessoas só cumprimentam se conhecem quando isso deveria ser um acto normal da boa educação.
    Gostei muito de ler o seu texto. Mostra como tantas vezes, mesmo ao nosso lado vai alguém que só precisa que a ouçam...
    Abraço.
    https://rabiscosdestorias.blogspot.com

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    1. Antes de mais, quero agradecer a visita ao Começar de novo e espero que volte mais vezes. Tem toda a razão, hoje as pessoas passam a vida a correr e nem sequer olham para o lado; não conhecem, sequer os vizinhos, o que é lastimável. Muito obrigada e desejo-lhe saúde e momentos felizes junto dos seus. Um beijinho
      Emília

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  11. Por vezes , é mais fácil desabafar com quem não se conhece.

    Uma das coisas que me tem acontecido muito ao longo dos meus 76 anos completados em 22/9/2025 é a pessoa estar falando comigo e dizer : "Nunca falai disto a ninguém antes ". Por vezes, fico embaraçada, agora já estou mais habituada...

    Ainda bem que pudeste ajudar essa senhora.

    Te abraço, minha querida Amiga, com carinho e esperando que tudo esteja bem contigo e família.

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    1. Querida São, já com muito atraso, mas com muito carinho, Deixo -te um beijinho muito especial pelos teus 76 anos e desejo -te vida longa, com saúde e com lucidez; envelhecer é bom, mas, lúcidas para podermos tratar de nós mesmas. Com certeza te sentes feliz quando ouves " nunca falei disto a ninguém, antes...". pois é sinal de que sabes escutar e isso, hoje em dia é coisa rara. Muito obrigada, querida Amiga, pelo carinho e fica bem, com saúde, especialmente.
      Beijinhos
      Emília

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  12. Passei para ver as novidades.
    Aproveito para te desejar uma boa semana.
    Beijos.

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    1. Ainda não há novidades, Jaime,. Espera mais um bocadinho...
      Um beijo e tudo de bom.
      Emília

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