segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

TERRA ADUBADA

 

Imagem Pixabay 


 Por detrás das árvores não se escondem faunos, não.
 Por detrás das árvores escondem-se os soldados 
.com granadas na mão 
 
As árvores são belas com os troncos dourados. 
São boas e largas para esconder soldados
Não é o vento que rumoreja nas folhas, 
não é o vento, não. 
São os corpos dos soldados rastejando no chão

O brilho súbito não é do limbo das folhas verdes reluzentes. 
É das lâminas das facas que os soldados apertam entre os dentes. 

As rubras flores vermelhas não são papoilas, não. 
É o sangue dos soldados que está vertido no chão

Não são vespas, nem besoiros, nem pássaros a assobiar. 
São os silvos das balas cortando a espessura do ar. 

Depois os lavradores rasgarão a terra 
com a lâmina aguda dos arados, 
e a terra dará vinho e pão e flores 
adubada com os corpos dos soldados 

 António Gedeão in Linhas de Força


Estamos a viver dias horríveis de guerra, em vários partes do globo e, se os poderosos não se preocuparem com a paz," depois da Curva da estrada ", encontraremos só " corpos de soldados rastejando no chão "

Emília Pinto

39 comentários:

  1. Encontraremos efectivamente destroços...destruição maciça....
    Poema muito realista que não conhecia, obrigada pela partilha.
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Pelo que vemos pelo mundo, este poema é, sim, realista. E sempre foi assim, Marta. As guerras têm sido uma constante na sociedade humana, como podemos ver pela história. Obrigada pela visita e tudo de bom, especialmente com saúde. Beijinhos
      Emilia

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  2. Tão triste e pior que assim é a realidade.
    As guerras não cessam...
    Muito triste!
    Belo poema!
    beijos, tudo de bom,chica

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    1. As guerras " não cessam ", Chica e continuarão, pois o homem parece não querer viver sem elas. Obrigada, Amiga, pelo carinho. Espero que estejas bem, apesar dos acontecimentos no nosso querido Brasil. Uma " guerrinha" escusada que não traz nada de bom para ninguém, beijinhos e saúde
      Emilia

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  3. Maldita seja a Guerra onde morrem milhares de inocentes. Poema super real e assertivo que me comoveu ler. Grato pela partilha
    .
    Saudações poéticas
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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    1. Tens razão, Ricardo, morrem inocentes e os senhores da guerra lá continuam no poder , pouco se importando com o mal que causam . Obrigada e saúde para todos aí em casa. Beijinhos
      Emilia

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  4. Um poema tenso, muito interessante!!
    .
    O que dizem os meu olhos
    .
    Uma excelente semana.
    De melhoras, muito poucas! Beijos

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    1. Tenso e actual, este poema, Cidália! As guerras dão muito dinheiro e, creio, nunca acabarão
      Beijinhos e saúde para todos
      Emilia

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  5. Tão triste é a guerra, que grassa não só na Ucrânia como em muitos outros pontos do planeta, embora não sejam tão visíveis. O género humano caminha para a sua destruição, não só pelos atropelos que comete em relação ao planeta, mas pelo ódio e ansia de poder que pulula solto pelos que detêm o poder das armas.
    Abraço e saúde

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    1. É verdade, Elvira, os poderosos regem o mundo conforme os seus interesses e a morte de inocentes e a destruição do planeta não os incomoda. É triste, mas é uma realidade que temos de aceitar, porque nada podemos fazer. Muito obrigada, Amiga, pelo carinho da visita. Espero que os teus olhos tenham melhorado e que estejam todos bem. Beijinhos
      Emilia

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  6. Olá, querida amiga Emília!
    Estamos vivendo um caos em muitos sentidos, as guerras declaradas, os "pé de guerras" espalhados e um arsenal bélico fora e dentro do coração do ser humano.
    Começar um ano com tanta apreensão é difícil para nós todos.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos de paz

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    1. Estamos mais apreensivos agora, Rosélia, porque as imagens da guerra entram na nossa casa a todos os minutos e é impossivel não ficarmos tristes e com medo que esses conflitos alastrem, já que o armanento é muito mais sofisticado do que antigamente; guerras sempre
      houve, mas só as conheciamos pelos livros de história e as mais recentes pelos jornais, mas, com os meios de comunicação mais avançados, as noticias correm de tal jeito que, mesmo que queiramos abstrair-nos, não conseguimos; eleas chegam pela tv, com u sem número de canais, pela rádio, pela Internet...enfim...a todo o momento chegam-nos as desgraças do mundo. Já reparaste que as noticias boas não chegam ? Mas elas existem e são muitas, felizmente, mas parece que querem convencer-nos de que o mundo está louco e escondem o que milhares de pessoas de bem fazem por esse mundo fora; não entendo isso, Amiga!
      Rosélia, obrigada pelo carinho e fica bem, especialmente com saúde. Beijinhos
      Emilia








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  7. Bom dia, Emília.
    "Os animais pré-históricos matavam outros animais para se alimentar, mas nunca os de sua mesma raça. E se algum estava doente, se afastava do grupo, evitando contágios e atraso no percurso, e morria solitário, para não degenerar ou enfraquecer a prole ou o grupo como um todo. A coletividade sobressaía. Já o homem, na sua ânsia de poder e na gana de estender seus territórios, aniquila seu semelhante, mata seu próprio pai para tirar-lhe as gerências, arrebenta o meio em que vive unicamente para construir artefatos que lhe dêem mais poderio e força. Ou seja, constroem algo para destruir algo. Inventam doenças para vender a cura.".
    Vou passar uma vida inteira repetindo este trecho de uma de minhas crônicas. E creio que ele nunca esteve tão verdadeiro quanto agora. E a teoria do caos não é somente mais uma teoria, pois o que estamos vivenciando é um profundo caos, isso diante do tão caótico apelo de ganância e egoísmo do tal humano.
    Fico pensando, além das atrocidades que as guerras e conflitos causam, naqueles soltados que estão lá, mas não queriam estar. São obrigados a ir para uma guerra, ou então são presos, ou até sofrem coisas piores. Isso aconteceu recentemente com cidadãos russos que, para não ir para o conflito contra a Ucrânia, fugiram do país.
    E assim, o ser humano prova que a racionalidade está cada vez mais distante dele próprio.

    Minha amiga, você se desculpou recentemente por seus comentários extensos. Não se preocupe, pois não sou diferente. Aprecio por demais quando alguém vai ao meu blog e escreve o que vem de dentro, sendo de forma curta ou com muitas linhas. E, cá entre nós, adoro comentários longos. Grande abraço, Emília.

    Marcio

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    1. As guerras sempre foram uma atrocidade e continuam a ser e o meio disso tudo há os inocentes, homens, mulheres e crianças que morrem nos seus paises, nas suas cidades, nas suas casas, completamente destruidas, agora, por misseis, dron3s e outras modernices. Com certeza lembras-te da guerra colonial que Portugal manteve com Angola Moçambique e Guiné Bissau, foram décadas de ditadura e de guerra e muitos jovens morreram de um lado e do outro; muitos fizeram como os soldados russos e fugiram, mas outros não tiveram coragem pois nunca mais poderiam voltar a Portugal. Tive o meu irmão e o ( hoje ) meu marido na Guiné, durante dois anos e foi um sofrimento, pois todos os dias viamos jovens a morrer nessa guerra que não era deles. Se pensarmos bem, eram irmãos a lutar e a matar irmãos, pois todos eram Portugueses; quando se deu o 25 de Abril a guerra acabou e o meu marido conta que os soldados de um lado e do outro depuseram as armas e se abraçavam como se dias antes não tivessem sido inimigos. O meu irmã e marido viveram esse dia na Guiné, um dia fe,iz para todos pois era o fim de uma guerra insana, como insanas são todas elas. Mas...Amigo, essa terminou, felizmente para o meu país, mas outras continuaram, provando que " a racionalidade está cada vez mais distante " do ser humano, dito racional, Muito obrigada, Amigo, pelo belo comentário, assertivo e longo, como eu também gosto. Um beijinho e um bom fim de semana, com saúde sempre!
      Emilia

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  8. Bom dia Emília
    A guerra destrói o amor entre as pessoas.
    Que pena que não é a natureza e sim uma guerra a acontecer.
    O amor deve triunfar, é Não a guerra.
    Abraços querida.

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    1. O Amor triunfa no coração de muita, muita gente, mas há sempre " meia dúzia " de poderosos que querem cada vez mais poder e por isso guerreiam. E assim vai continuar, Laissa, infelizmente. Beijinhos e um bom fim de semana, com saúde.
      Emília

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  9. Uma realidade nua e crua, querida Emília. António Gedeão tinha esse talento imenso
    de chamar as coisas pelos seus nomes, de nos fazer ter a consciência de que este
    mundo anda de pernas para o ar. Em vez de amor e tolerância, a crueldade campeia
    não respeitando nada nem ninguém. Vivemos uma guerra desumana em que pessoas
    são bombardeadas nas suas próprias casas, intencionalmente, porque o que interessa
    realmente é despovoar e destruir.
    Este ano de 2023 não nos augura nada de bom. Não há diálogo nem compaixão.
    Desejo-te saúde juntamente com os teus, minha amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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    1. As guerras sempre existiram, mas estavam longe de nós e por isso não nos amedrontavam tanto. Tivemos uma que nos abalava mais, a guerra colonial que matou muitos jovens, mas a ditadura não deixava que soubessemos o que lá se passava e além do mais, só havia rádio e televisão a preto e branco, com as noticias que os nossos governantes da época permitiam. Agora é muito diferente, Olinda, a informação e imagens que temos são tantas que nem sabemos como fazer para ter um pouco de sossego. Os meios de comunicação fazem questão de nos mostrar tudo e assim tentar convencer--nos de que não há humanidade neste nosso mundo, mas há, sim, Amiga e não vai ser por causa de meia dúzia de déspotas que vamos deixar de acreditar no ser humano; há gente maravilhosa por esse mundo fora que nos mostra que podemos continuar a acreditar nos homens de boa vontade Continuemos com essa esperança, querida Olinda, que os seres bondosos que existem por todo o lado continuarão a fazer tudo o que podem para minorar o sofrimento dos mais desprotegidos. Acredito neles e louvo-os. Um beijinho, Amiga e saúde para todos vós aí em casa. Espero que o sapequinha continue " arteiro ", pois é um bom sinal.
      Emilia

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    2. EMÍLIA vi a sua resposta e decidi intervir...não leve a mal, por favor
      As guerras sempre existiram, mas estavam longe de nós ( de si talvez, não de mim)
      e por isso não nos amedrontavam tanto. Tivemos uma que nos abalava mais, a guerra colonial EU SABIA muito bem e senti na pele o que lá se passava...
      Agora é muito diferente (para si e muitos mais, para mim só eu e Deus sabemos o que passei) porque...eu nasci e vivi em Moçambique, posso-lhe dizer e veja as datas aqui descritas, no dia 7 de Setembro de 1974 subi a um prédio para ir à última consulta da minha gravidez, estava no fim do tempo e um soldado encostou uma metralhadora enorme à minha grande barriga, nem sei como me aguentei...e o meu filho nasceu dia 12 setembro 1974 e vim para Portugal no final do ano em Dezembro de 1976 o meu filho ainda fez lá os 2 anos...
      ...
      A Guerra da Independência de Moçambique, também conhecida (em Moçambique) como Luta Armada de Libertação Nacional, bem como Guerra Colonial Portuguesa foi um conflito armado entre as forças da guerrilha da FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) e as Forças Armadas de Portugal. Oficialmente, a guerra teve início a 25 de Setembro de 1964, com um ataque ao posto administrativo de Chai no então distrito (actualmente província) de Cabo Delgado, e terminou com um cessar-fogo a 8 de Setembro de 1974, resultando numa independência negociada em 1975.

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    3. Foi bem pior para ti, a guerra colonial, pois viveste-a " na pele ", como se costuma dizer. Ainda bem, que tudo correu com esperavas e tu e teu filho salvaram-se. Obrigada por teres deixado aqui o teu testemunho e, claro, não levo a mal, antes pelo contrário, gosto muito quando o fazem. Beijinhos e tudo de bom, com saúde para poderes fazer as tuas viagens que tanto aprecias
      Emilia

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  10. É um dos grandes poemas do António Gedeão.
    E muito oportuna a sua publicação.
    Continuação de boa semana, amiga Emília.
    Um beijo.

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    1. Preferia que " não fosse oportuna " a minha publicação, Jaime, pois era sinal de que estavamos sem guerras, mas, infelizmente, não é assim. Elas continuam um pouco por todo o lado e não creio que algum dia teremos paz no mundo. O poder e o dinheiro comandam a vida , Amigo! Obrigada e um bom fim de semana, com saúde, sempre! Beijinhos
      Emilia

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  11. É querida Emília Pinto,
    O poema de Gedeão,
    É profundo como são
    Todos os versos que sinto
    Ser poéticos. O distinto
    Poeta é referência
    Na arte e por excelência
    Da literatura lusa
    Um professor, cuja musa
    Era a poesia, em essência.

    Belíssima postagem, querida amiga. Parabéns. Grato pela partilha. Receba meu abraço cordial e fraterno. Laerte.

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    1. E como sempre, abrilhantas a minha publicação com bela poesia o que muito agradeço, Laerte. É um poema profundo, sim, que nos faz reflectir na insanidade das guerras, apesar de termos consciência de que elas nunca acabarão, infelizmente. O poder manda neste nosso mundo conturbado. Um bom fim de semana, querido Amigo e que os vossos dias sejam tranquilos e com saúde. Beijinhos e obrigada pelo carinho
      Emilia

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  12. Emília querida, sou fã do poeta António Gedeão, li alguns de seus poemas, e tantas verdades, nuas e cruas, e não faz rodeio para dize-las, vêm do fundo do coração, e fala numa linguagem que não precisamos nos esforçar para entender. Esse é um poema dolorido, cheio de mágoas do ser humano que faz guerra, que mata, que destrói sem um único sentido a compreender, sem uma razão. É a frieza mais covarde que vemos: matar sem razão! Claro, é o que estamos vendo nessa guerra absurda, Rússia atacando, matando, destroçando por um punhado de terra. E não é a primeira vez que acontece, sempre aconteceu, só mudam as armas, cada vez mais letais, mais apavorantes. E assim caminharemos, Emília! De vez em quando uma pausa, e começam novamente a se armarem até os dentes. E pelos mesmos motivos: O PODER! Esse estúpido poder para medir forças!
    Que poema fantástico você postou, Emília! E pergunto: quando mudará esse tipo de coisa, tão covarde? Até quando uns assistirão e outros passarão por isso tudo?
    Deixo-te um beijinho, querida amiga, muito bom conversarmos sobre esse poema do grande António Gedeão!

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    1. A pergunta que fazes neste belo comentário, acho que ninguém sabe responder, Tais. Parece-me até que já não há uma pessoa sequer que acredite num mundo pacifico. Como bem dizes, " de vez em quando uma pausa " e lá recomeça outra guerra e, se não é guerra, são as violações dos direitos humanos que, não arrasam paises, mas dão cabo da vida das pessoas com leis absurdas, chegando a matá-las se as não " seguirem à risca . Irracionalidades tamanhas cometidas por seres considerados racionais. Muito triste, querida Amiga! Muito obrigada pelo " testamento " e fiquei muito contente por saber que gostas de António Gedeão . É bom quando vamos ao encontro dos gostos dos nossos Amigos. Um beijinho e espero que estejam bem de saúde .
      Emilia

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  13. Olá querida, Emília!

    Um poema tão triste, assim como o rastro que a guerra deixa.
    A paz tão almejada parece longe de se fazer, infelizmente o homem ainda não evoluiu o suficiente para fazer do planeta um lugar melhor para todos, alguns pensam apenas nos próprios interesses.

    Um abraço com carinho!
    Sônia

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    1. Ao ser humano, aos mais poderosos, o que importa é o poder e por ele guerreiam. Sempre foi assim e ninguém acredita que alguma vez seja diferente O planeta está cada vez menos azul e muitas vezes me pergunto por que andam tão interessados a conhecer outros, no espaço, se não sabem cuidar deste nosso? Desperdicio de fortunas que dariam para acabar com a fome no mundo. Obrigada, Sonia, por teres vindo cá. Já estava com saudades. Um beijinho e desejo que estejam todos de saúde, aí em casa
      Emilia

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  14. Querida Emilia, gostei de conhecer aqui este magnífico, comovente poema sobre a realidade da guerra, do grande poeta António Gedeão.
    Todos os dias nos entra pela casa adentro uma guerra absurda, feroz, cruel e sangrenta, que nunca imaginei ver acontecer na Europa XXI. Bom seria, que um lampejo poético trouxesse paz ao martirizado povo ucraniano.
    Beijo amiga, bom fim-de-semana.

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    1. Está dificil, Teresa e está também dificil ver as imagens que nos mostra a televisão. Um país arruinado e inocentes a morrerem todos os dias. Um guerra estúpida aqui tão perto de nós, embora por outros lados vejamos pessoas a sofrerem de fome em pleno sec XXI. Uma tristeza , Amiga! Obrigada pelo carinho da visita e espero que estejas bem, apesar desta chuva e deste frio gélido que nos atormentam. Pior está o povo Ucraniano, por isso é melhor nem reclamarmos, não é verdade? Beijinhos
      Emilia

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  15. Emília
    que poema forte do poeta António Gedeão, tão actual, tantas verdades!
    Tudo porque um ser des(humano) decidiu uma guerra, que mata, que destrói sem piedade
    guerra absurda, Rússia atacando, matando!
    Nem de propósito, que coincidência, para aquilo que trazia para lhe dizer, aqui vai:

    Venho abordar um assunto,
    gostaria que me desse a sua opinião sincera.
    No meu blog COISAS SIMPLES DA VIDA
    fiz um post que gostaria que lesse,
    um desabafo, pois juro que eu acho que a vida pode ser mesmo simples,
    as pessoas é que complicam, com ódios de todo o género e feitio
    Diga-me se sente vontade de acompanhar o meu relato de viagem neste blog e comentar?
    http://orientevsocidente.blogspot.com/
    e, o desabafo aqui:
    http://meusmomentosimples.blogspot.com/
    os temas estão interligados, daí que se deve ver os 2 posts
    Espero que venha ver...
    Um abraço meu, boa semana
    Tulipa/Kalinka

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    1. Olá Tulipa. Obrigada pela visita e já acedi ao teu pedido. A minha opinião foi dada. Beijinho e saúde para todos vós
      Emilia

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  16. Muito inquietante este poema de António Gedeão que li e reli, por encontrar nele este tempo que vivemos com tantos conflitos e uma guerra cada vez mais absurda. Obrigada, minha Amiga Emília, por me fazer ver outros lados da realidade que tantas vezes quero esquecer, mas não consigo.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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    1. É verdade, há outros lados da realidade que gostariamos de esquecer por tanto nos atormentarem, mas não conseguimos. As noticias, principalmente as más, entram-nos pela casa dentro a todo o instante e, portanto, impossivel alhearmo-nos; por outro lado, por mais que incomodem, creio que devemos ter conhecimento dessas barbaridades, para assim darmos mais valor ao que temos. Estamos num cantinho do Céu, como se costuma dizer e é é bom que saibamos dar valor a isso. Obrigada, Graça , pelo carinho e espero que estejam todos de boa saúde. Um beijinho, Amiga!
      Emilia

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  17. Caríssima Emilinhamiga
    Quando se vive na pele uma guerra melhor se compreende um poema como este do autor da “Pedra Filosofal” ou da “Lágrima duma Preta”. Quando morre nos braços um soldado sob o meu comando no meio da mata, em Angola, melhor se compreende a terra empapada de sangue de que fala Gedeão, professor do “meu” Lyceu Camões (é assim que está no frontispício do velho edifício onde andei sete anos).
    Ter ido à guerra colonial (quando era contra ela, mas já tinha dois filhos e portanto desertar não era opção) foi uma experiência inolvidável que me marcou mas que, felizmente, consegui ultrapassar com a ajuda da melhor família do Mundo – que é a minha!
    Rómulo Vasco da Gama de Carvalho foi um poeta que interpretou magistralmente o crime que é sempre qualquer guerra. Tive a grata oportunidade de com ele conversar (não digo entrevistar pois faltaria à verdade) e abordar o tema tentando eu explicar-lhe o porquê da minha ida para Angola e os oito anos que por lá vivi. Difícil intenção e ainda mais difícil concretização. No final Gedeão ofereceu-me o poema que agora publicaste. Bem hajas. Muito obrigado.
    Beijos & queijos
    Henrique


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    1. Olá Henrique! Já te tenho " encontrado", por aí, em blogues amigos e agora é com um enorme prazer que te " vejo " aqui, no meu cantinho. Muito obrigada! Como não podia deixar de ser, fui logo ao " Nossa Travessa" tendo-a percorrido e admirado os temas que lá partilhas com os amigos. Não deixei nem um olá, mas, voltarei, com certeza e, então conversaremos um pouco. Fiquei feliz por saber que conheceste o grande Gedeão e que recebeste dele este poema, um poema que nos fala dos horrores da guerra. A que mais nos tocou, a nós portugueses, foi a guerra colonial, onde muitos jovens faleceram e parece que nem todos os corpos eram enviados para cá. O meu pai era taxista de aldeia e ia a Lisboa com parentes buscar o corpo de um filho que tinha perecido na guerra. A miséria era muita naquele tempo e os pais ainda tinham de pagar ao taxi para buscar o corpo do soldado morto. Da minha aldeia a Lisboa era uma viagem longa, pois nessa altura não havia auto estrada e a viagem de taxi n era barata. O governo não tinha sequer a consideração de entregar o corpo na sua terra natal. Muito triste, Henrique! Eu tive lá o meu irmã, na Guiné e, em cada viagem que fazia, o meu pai pensava que a próxima seria para buscar o filho. Felizmente, ele voltou bem, fisica e psicologicamente falando. Mas as guerras continuaram, Amigo e continuarão...
      Mais uma vez, muito obrigada e deixo-te também " beijos e queijos " com votos de saúde para todos vós aí em casa
      Emilia

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  18. Muito oportuna a publicação deste poema, Emília!
    Estamos quase com um ano de guerra... e com o mundo todo, continuamente a perder...
    Não deveríamos oferecer, arsenal de guerra, mas garantias de confiança, de que nenhuma invasão seria tentada... a um país com um sem fim de fronteiras, como é a Rússia. Deveria ser esse o papel da Nato... fomentar a confiança, para que se comecem conversações de paz... se continuamos todos a fornecer material de guerra... só a estamos a alimentar... assim como a sua continuidade, e o receio já histórico de uma invasão, a um país que tem uma área tão extensa a defender! Algo que também se deveria ter feito com as Coreias... por isso vamos assistindo a testes de arsenais, semanalmente de um lado e de outro... como só este caso não chegava, o mundo está assim a criar outro... semelhante, envolvendo uma super potência... imagine-se testes semanais de uma superpotência, para ganhar o respeito e o receio do mundo...
    Enfim!... Todas as guerras são estúpidas... mas a mais recente, é sempre a pior de todas, pois insiste na receita de todas as demais... com os resultados que todos conhecemos... ou de que nos devíamos lembrar...
    Um beijinho grande!
    Ana

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    1. Olá Ana! Começo por te agradecer o cuidado que tens, vindo atrás comentar o que publico. Claro que esta guerra está a tornar-se um problema cada vez mais sério e preocupante para o mundo inteiro. Armamento sofisticado entrando na Ucrânia e todos a ver a paz cada vez mais longe e o diálogo entre as partes completamente impossivel. O ideal seria que tentassem negociar a paz, mas como, Amiga? A Rússia entrou para vencer e não vai desistir. Não te vou dizer que tenho esperança, porque estaria mentindo. Um beijinho, Amiga e, saúde para todos , em especial para a tua mãe que tem de ter muito cuidado com este frio.
      Emilia

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  19. Um poema bem real e inquietante.
    Sempre houve e vai continuar haver guerras pelo mundo.
    Cada vez piores, penso eu
    Existe uma frase que me toca muito.
    "Não sei como será a terceira guerra mundial, mas sei como será a quarta: com pedras e paus". Albert Einstein.
    Gostei de ver Gedeão por aqui.
    Abraço e brisas doces ****

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