Os Supermercados
Os supermercados são os palácios dos pobres Não são só os azarentos e os mal alojados, os que ao longo das gerações foram reduzindo os gastos da imaginação, que frequentam e, de certo modo, vivem o supermercado, as chamadas grandes superfícies.
As grandes superfícies com a sua área iluminada e sempre em festa; a concentração dos prazeres correntes, como a alimentação e a imagem oferecida pelo cinema, satisfazem as pequenas ambições do quotidiano. Não há euforia mas há um sentimento de parentesco face às limitações de cada um.
A chuva e o calor são poupados aos passeantes; a comida ligeira confina com a dieta dos adolescentes; há uma emoção própria que paira nas naves das grandes superfícies.
São as catedrais da conveniência, dão a ilusão de que o sol quando nasce é para todos e que a cultura e a segurança estão ao alcance das pequenas bolsas.
Não há polícia, há uma paz de transeunte que a cidade já não oferece.
Agustina Bessa-Luís, in 'Antes do Degelo'
PARABÈNS AGUSTINA!
Escolhi este texto para homenagear Augustina, porque o achei muito interessante. Na realidade as grandes superfícies têm tido uma grande influência no nosso modo de viver. Boa ou má? Gostaria de saber a opinião dos meus amigos.
Emília Pinto
Hoje em dia as grandes superficies cansam-me! evito-as sempre que posso mas, também sinto que em época de calorões ou de invernia são uma grande solução e a eles recorro, principalmente de semana. Ao fim de semana evito.
ResponderEliminarBeijinhos
A Agustina é uma grande escritora e, como tal, a tua homenagem faz todo o sentido.
ResponderEliminarGostei do texto dela que escolheste.
Emília, minha querida amiga, tenha um bom fim de semana.
Um abraço.
Interessante o texto! Se, por um lado, consegue reunir 2 em 1, a verdade é que "destruiu" o comércio tradicional. Contudo, após uma certa estagnação, este está a investir noutras formas/conceitos de produtos/técnicas de marketing. O que é sempre bom...
ResponderEliminarObrigada pela visita
Beijos e abraços
Marta
Muito interessante esta homenagem a uma grande escritora.
ResponderEliminarQuanto à pergunta, eu penso que para o povo os supermercados são bons. Do ponto de vista do comprador, claro. Eu lembro de quando os não havia no Barreiro. As coisas eram bem mais caras.
Um abraço e bom fim de semana
Olá, Emília!
ResponderEliminarJá conhecia este texto de Agustina. Ela e o texto são mto lúcidos e reais.
Parabéns pelo aniversário da escritora e pelo facto de teres escolhido um texto tão fresco e desempoeirado.
Evidente que os supermercados vieram pra facilitar e ficar. Têm várias finalidades. Nesses espaços há de tudo, portanto, escusas de sair de lá, por exemplo, para comprares uns chinelos/sapatos, que antes comprarias na sapataria ou em casas similares, pagas, em geral, menos do que numa mercearia ou num pequeno mercado, dão-te talões para compras futuras, vais a espetáculos, como os do Tony Carreira, k arrasta o mulherio, mesmo aquele k se diz doentio, há tb a festa do dia dos avós, enfim, só vantagens e diversões a que nunca fui, e acho k "nunca" irei. Todavia, e comigo acontece assim, compro mais do que necessito e levo lista. O marketing, a publicidade tem uma influência tremenda sobre nós.
Beijos.
Uma bela história de vida bjbj Lisette.
ResponderEliminarUma lucidez de bisturi...
ResponderEliminarUma lucidez de bisturi...
ResponderEliminarInteressante este texto. Realmente são mais cómodos embora mais "perigosos" e com mais armadilhas.
ResponderEliminarBeijinhos
É uma historia muito interessante! :)
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