segunda-feira, 10 de julho de 2023

GARGALHADA

 


 


Imagem tirada da net 


A única crítica é a gargalhada!

Nós bem o sabemos: a gargalhada nem é um raciocínio, nem um sentimento; não cria nada, destrói tudo, não responde por coisa alguma. E no entanto é o único comentário do mundo político em Portugal. Um Governo decreta? gargalhada. Reprime? gargalhada. Cai? gargalhada. 
E sempre esta política, liberal ou opressiva, terá em redor dela, sobre ela, envolvendo-a como a palpitação de asas de uma ave monstruosa, sempre, perpetuamente, vibrante, e cruel – a gargalhada!
Política querida, sê o que quiseres, toma todas as atitudes, pensa, ensina, discute, oprime – nós riremos. A tua atmosfera é de chalaça. 


 Eça de Queirós, in 'Uma Campanha Alegre


Parece-me que estive desatenta às notícias....não soube da vinda de Eça aqui ao nosso país, mas....

Os últimos acontecimentos cá, na nossa política, têm sido uma autêntica " palhaçada "( com todo o respeito que me merecem os palhaços...) e, portanto, o melhor é seguir o conselho do nosso sábio Eça de Queirós e rir...rir...rir


Emília Pinto

21 comentários:

  1. Creio que é o que acontece na maioria dos lugares, basta ser política!!! beijos, bom te ver de novo, chica
    Aproveitaste bem as férias?

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    1. Não tem graça nenhuma o que se vê na classe poltica e não só, mas que podemos fazer, Chica? Nada! Chorar não adianta, então é melhor manter a boa disposição, rindo. Eu não estive de férias, Amiga....a pausa foi feita para poder aproveitar a estadia do meu irmão cá. Para a próxima semana, sim, irei uma semana com filhos e netos ao Algarve e o resto do verão será por aqui mesmo onde tenho boa praia, mas com água bastante gelada. Beijinhos, Chica e obrigada!
      Emilia

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  2. Boa tarde de paz, querida amiga Emília!
    Em se tratando de política tudo está sendo uma palhaçada por aqui também...
    Cada vez mais sobem os da cracolândia (SP), os moradores de rua em todo Brasil, os famintos e tal...
    Gargalhar não nos basta... não vai resolver nada...
    No RJ, o morro se descer armado, acaba com o Estado e os cidadãos de bem que lá residem... Está em polvorosa por lá...
    Não sei se teremos motivos sequer de rir quanto mais de gargalhar...
    Política deveria ser organização e o que vemos só rindo para não chorar como dizia meu pai também.
    Tenha dias abençoados!
    Beijinhos

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    1. Em todo o lado, os politicos esquecem-se da sua verdadeira função e só pensam no poder; fazem muitas promessas, mas depois não as cumprem. Temos, pelo menos, o voto que nos permite trocar de governantes, mas, não sei....por mais que tentemos, continua tudo igual. A violência no Rio sempre foi muito grande, mas parece que tem piorado ; está dificil acabar com o crime organizado e tudo por causa da droga, essa " praga " que destrói a vida das pessoas e enriquece os poderosos que a traficam. Muito triste, Amiga e nós pouco podemos fazer, nem rir, nem chorar e nem rezar . Obrigada, Rosélia, pelo carinho e desejo-te um bom fim de semana, com saúde e esperança em dias melhores. Beijinhos
      Emilia

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  3. Oi Emília
    Chorar não rseolve , tampouco gargalhar .
    O jeito é rezar ! para que nunca nos alcance o mal que anda a galope..
    O mundo perdeu o rumo,Emília a mídia cada dia ensina o modo destrutivo de tudo que aprendemos e ensinamos. Enfim,amiga dobremos os joelhos e sigamos.
    Um abraço e obrigada pela gentileza do seu comentário.

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    1. Não sei se rezar nos vale, Lis, mas não custa tentar, não é verdade? E tens razão, a midia só está interessada em passar os actos violentos e outras desgraças que acontecem por todo o lado e raramente noticia o que de bom acontece. Se estamos triste, pior ficamos quando assistimos tv; dá vontade de a desligar e assim ficarmos alheados do que se passa. Ficam todos os canais a repetirem as mesmas noticias e sempre as más, dando-nos a ideia de que nada, no mundo, se aproveita, o que também não é verdade. Mas, é como dizes " sigamos ", fazendo o nosso melhor a cada dia. Obrigada, Amiga e um bom fim de semana, com saúde e serenidade. Beijinhos
      Emilia

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  4. Um texto muito actual...um retrato da sociedade política.
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Verdade, Marta, parece que o nosso ilustre escritor ainda está vivo; o que quer dizer que a mentalidade humana continua a mesma, apesar dos avanços em todas as áreas. É dificil entrar na cabecinha do ser humano e colocar ou retirar alguns parafusos, ou até mesmo apertar alguns que estejam soltos. O que mais há por aí é gente " desparafusada ". Obrigada, amiga, pelo carinho e desejo-te tudo de bom. Beijinhos
      Emilia

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  5. Querida Emília
    Aqui temos Eça de Queirós, trazido por ti, nesta passagem de "Uma Campanha Alegre", obra em que ele não tem contemplações em relação às mazelas da sociedade. Seja no que se refere aos aspectos sociais, económicos ou políticos.
    Tens razão, parece que o tempo não passou desde o Século XIX, altura em que ele e Ramalho Ortigão resolvem escrever as "Farpas", nas quais se insere essa parte que cabe a Eça.
    Tudo continua praticamente na mesma, tirando a época e os intervenientes.
    Obrigada por esta lufada de ar fresco representada pela escrita deste grande representante da Literatura Portuguesa.
    Desejo-te saúde, juntamente com a família, e boa disposição neste Verão quente de 2023.
    Beijinhos
    Olinda

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    1. Foi muito bem escolhido o nome " Farpas ", pois lançam-nas para todo o lado atingindo as " mazelas da sociedade que, pelo pouco que vemos neste texto, são as mesmas; a época era outra muito diferente da actual, mas os " podres " continuam os mesmos; só há uma diferença, podemos rir ou gargalhar á vontade que ninguém nos prende e também mudar os " intervenientes " através do voto; o problema é que estamos a ter poucas opções Amiga Olinda, muito obrigada pelo carinho e desejo a todos vós dias de verão felizes, especialmente com saúde. Beijinhos
      Emilia

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  6. Olá, Emília, Eça de Queirós, o grande escritor português, que depois de se formar em Coimbra, continuou escrevendo, como já o fazia na Faculdade. Visitou o Oriente, e que mais tarde resultaria
    num de seus famosos romances. Trabalhou em Cuba, na Embaixada Portuguesa, onde defendeu os operários de Macau, que lá trabalhavam. Nessa ocasião, conheceu uma jovem americana, que o fez visitar Nova Iorque. Depois foi transferido para Londres, (Embaixada), onde ficou por alguns anos.
    Mais tarde foi transferido para a França onde viveu por 15 anos, e onde escreveu seus mais famosos romances, sempre muito crítico à sociedade portuguesa. Eça não poupava maus políticos, como se vê em quase todos os seus romances. Um fato interessante, sobre a vida de Eça de Queirós, está relacionado com a sua paternidade: quando Eça nasceu, seus pais eram um Juiz de Direito solteiro e sua mãe uma jovem solteira. Mais tarde seus pais casaram, mas para evitar constrangimentos na sociedade, Eça foi criado pela sua avó e só foi reconhecido como filho, pelo pai Juiz e pela sua mãe, depois que Eça já era adulto. Eça foi casado e teve dois filhos.
    Um ótimo fim de semana para a família, paz e saúde, amiga.
    Beijo.

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    1. Obrigada , Pedro, pelas informações que me dás sobre Eça de Queirós, muitas delas desconhecidas para mim, apesar de o ter estudado a fundo. Ele não poupava " maus politicos ", e se vivesse hoje contimuaria a disparar " farpas " para todo o lado, pois o problema na politica e não só, continua. O texto parece ter sido escrito hoje, Pedro, infelizmente. Um beijinho e desejo-te tudo de bom, especialmente com saúde para todos
      Emilia

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  7. Sempre actual o nosso Eça. Sim, tanto disparate que vai na política só merece a nossa gargalhada. Não resolve, mas é uma forma de crítica mais mordaz do que muitas palavras.
    Tudo de bom. minha Amiga Emília.
    Um beijo.

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    1. É verdade, Graça, gargalhar não resolve, mas, como se costuma dizer, " é melhor rir do que chorar; pouco podemos fazer, então, o melhor é seguir em frente, rindo. Um beijinho, Amiga e muito obrigada pelo carinho. Saúde para todos!
      Emilia

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  8. Mas a política portuguesa não devia ser motivo para gargalhadas.
    É muito triste, por exemplo, ver a contínua distorção do que os políticos dizem.
    A construção de uma mentira a partir da deturpação de uma resposta a uma pergunta … que não foi feita, é recorrente na comunicação social.
    E assim, vai sendo construída uma narrativa nada séria, apenas com mira nas audiências, que cria um clima propício às gargalhadas. Porque é o que vende.
    Boa semana, cara amiga Emília.
    Um abraço.

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    1. Não devia, Jaime, mas há tantas trapalhadas que mais vale rir que chorar. A comunicação social é terrivel e sem qualidade e a única coisa que lhes interessa é a audiência ; massacram as pessoas com perguntas disparatadas; amontoam-se à volta do visado repetindo as perguntas que já outros fizeram e sempre a ver se conseguem criar uma polémica. Enfim...sigamos, de preferência a rir, já que pouco podemos fazer, Obrigada, Jaime e tudo de bom para ti e para os teus. Beijinhos
      Emilia

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  9. Querida Emília, aqui não temos esse alívio de chorar e nem de gargalhar, até seria menos traumático, apesar de mais dolorido, quem sabe lá. Aqui pegamos ódio de saída, ninguém poupa mais ninguém, enquanto uns estão maravilhosos no paraíso, outros estão no inferno . Você sabe um pouco daqui, apesar de ter morado aqui numa época bem melhor. Mas piorou muito a corrupção e as coisas feitas como se dissessem “não estou nem aí pra vocês, povo brasileiro!”
    Essa duas ideologias extremistas (Direita e Esquerda) estão se matando na base do ódio e o povo é que sofre, pois são mentiras em cima de mentiras. Coisa nojenta, amiga.
    Seria melhor gargalhar, mas não surtiria nenhum efeito, e nem chorar. Temos de encontrarmos outra saída.
    Sei que estás em pausa, um ótimo descanso.
    Beijinho e saúde para todos aí.
    Chovendo muito aqui! Terrível.

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    1. Claro que não há motivos para gargalhar, nem aí nem aqui e muito menos nesses paises devastados pela guerra e, consequentemente pela fome, mas, como diz o povo " melhor rir que chorar " Infelizmente, Taís, tenho de concordar que no nosso querido Brasil, as coisas têm piorado, apesar de eu ter vivido numa cidadezinha do interior, considerada tranquila. Não sei se alguma vez te disse que os meus filhos nasceram no hospital público dessa cidade, Guaratinguetá, mas se fosse hoje, não arriscaria. Tudo piorou, nessa cidade, onde, como sabes estive em Agosto do ano passado. Voltei para Portugal há 32 anos, mas ia ao Brasil todos os anos e fui acompanhando essa mudança para pior. Mas, Amiga, aqui as coisas também pioraram, mas a violência é ainda menor e na saúde e educação públicas estamos bem, embora haja quem se queixe. Como bem dizes, pouco podemos fazer e, portanto é melhor vivermos um dia de cada vez, procurando proterger-nos dos desmandos dos senhores que nos govermam. Um beijinho e muito obrigada pelo carinho. Saúde para todos aí
      Emilia

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  10. Minha querida amiga, bom dia (no seu caso, já quase boa tarde).
    Concordo com o que disse a Lis, alguns comentários acima. Não sei se rir ou chorar vai resolver. Rezar parece ser algo mais palpável. Mas até mesmo chorar já vai parecendo algo que também não dá resultado. Então, o que fazer?
    Não posso falar por Portugal, mas pelo Brasil é outro caso. Aqui, falta vergonha na cara e um pouco mais de respeito próprio por parte de muitos eleitores. Os políticos aprontam, pintam e bordam com o dinheiro público, são desmascarados, em alguns casos até para a cadeia eles vão... e nada. E caem na gargalhada. Sim, pois eles sabem que mesmo desse jeito, eles são reeleitos, voltando para o pote de ouro para meter a mão. Alguns tem o descaramento de se apropriar até de presentes (e muito caros) que são dados ao País, e os levam para casa como se fosse deles. O povo? Continuam apoiando tais descarados. Enfim, o maior culpado disso tudo é, justamente, o povo.
    Minha querida Emília, me perdoe o sumiço. Um problema de saúde repentino (2 cirurgias seguidas no mesmo joelho) me colocou em stand by por mais de 2 meses, e resolvi me recolher em um pequeno sítio de um amigo. Lá, só uma televisão, sem celular ou internet. No começo foi um suplício, mas depois me fez um bem danado. Mas já estou de volta.
    Um grande beijo e o desejo de que sua semana seja de paz e saúde.

    Marcio

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    1. Foi muito bom saber de ti, Márcio, pois estavas a deixar os teus amigos preocupados. Felizmente tudo correu bem e agora já estás de novo connosco, deliciando-nos com a tua bela escrita Muito obrigada por teres vindo e espero que estejas completamente recuperado. Um bom fim de semana. Beijinhos
      Emilia

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  11. Em contexto político... às vezes creio que rimos, para não chorar! De crise em crise, vão-se acumulando problemas e adiando soluções... com estes governos que governam a pensar nos próximos resultados eleitorais, e não em melhorar efectivamente a nossa sociedade.
    Como sempre, a acutilante actualidade dos textos de Eça, é absolutamente impressionante!
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

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