«Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja de todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o amigo. Deve sentir pena das pessoas tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações da infância. Precisa-se de um amigo para não enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo e chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.»
(Vinícius de Moraes )
E, quando encontrar esse amigo, conserve-o, porque muitas vezes vai ser ele que o vai fazer acreditar que, apesar de tudo vale a pena viver..., vale a pena sorrir.
Um beijinho da vossa amiga
Emília Pinto
Oi! Emilia
ResponderEliminarQue me inressaria o ouro reluzente, se não tivesse um amigo?
Não se descuide ,quem pensa, que não tem um amigo, procure ,que ele está lá ,sempre esteve e você talvez não reparou!
Obrigada Emilia
Até breve
Herminia