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Com mãos se faz a paz se faz a guerra.
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
Com mãos se faz o poema - e são de terra.
Com mãos se faz a guerra - e são a paz.
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas, mas
de mãos.
E estão no fruto e na palavra
as mãos
que são o canto e são as armas.
cravam-se no tempo como farpas
as mãos
que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.
De mãos é cada flor, cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade
Manuel Alegre
Nem tudo está nas nossas MÃOS, mas não nos devemos esquecer que, com elas também podemos AFAGAR. Tão simples!
Emília Pinto
Tão lindo e adorei o lembrete ao final...
ResponderEliminarNunca disso esquecer!
Beleza!
beijos, chica
É verdade, Chica, gostei muito deste poema, pois com as mãos fazemos o bem e o mal, mas creio que " afagamos " pouco. Pelo menos não fazemos guerra, nem pegamos em armas; quantas vezes não as usamos para tapar os olhos, evitando assim olhar certas imagens que nos envergonham? Também servem para isso, também servem para limpar as lágrimas, tanto as de dor, quanto as de alegria. Obrigada, Amiga, pelo carinho e desejo-te um bom fim de semana com saúde para todos. Beijinhos
EliminarEmilia
As mãos provocam o barulho, mas também podem silenciar a boca. São elas, as mãos, que batem e agridem, mas que também afagam e confortam. As mãos, pobre delas, não são boas ou más, são só ordenanças daquilo que vem de cima. Mas são delas as tarefas mais cruéis, ou mais belas, que imaginadas no íntimo (cérebro e coração) se fluem por todo o corpo. Mas elas, as mãos, acabam como algozes, fiéis crivas daquilo que elas sequer sabem que existe.
ResponderEliminarA mão apoia o pão, aquele que alimenta, mas também expõe a falta de compaixão, no achaque das guerras mesquinhas e gananciosas, onde o pão vira motivo de entrave e desilusão.
Mas que se creia que elas, as mãos, podem muito, pois de pouco adianta o cérebro sem suas ferramentas de ação. E saiba, as mãos não são extensões do cérebro, mas sim do coração, e quando se quer bem, se pensa no próximo, no todo, na esperança, são elas que carregam o calor que vem de dentro, e esse, as mãos sabem bem como irradiar. Basta querer.
E que minhas mãos, e braços, carreguem meu abraço a você, Emília. Que belo. Manuela Alegre. Grandes mãos a serviço da poesia.
Marcio
ops... fui escrever Manuel Alegre , e saiu Manuela Alegre. Mil perdões, Emília.
EliminarTens toda a razão, Márcio, as mãos não têm culpa de nada, elas limitam-se a obedecer às ordens do que temos dentro da cabeça que, infelizmente, tantas vezes é só maldade. Essas guerras insanas ordenam que as mãos matem e elas têm de obedecer. Há muitas cabecinhas boas, e corações bondosos e aí, sim, as mãos afagam, aconchegam, distribuem pão aos que têm fome. Gosto de fazer parte daqueles que não sabem pegar em armas e que tentam, todos os dias usar as mãos para fazer o bem. Poderia fazer muito mais, verdade, mas, pelo menos não as uso para prejudicar os outros. Amigo, muito obrigada pelo belo comentário e desculpa a minha ausência; as minhas mãos têm outras prioridades e os blogues ficam para segundo plano. Elas avisam-me que está na hora de visitar alguns amigos, mas a tal da " massa cinzenta" manda e elas obedecem...não têm outro remédio .Espero que estejas bem, principalmente com saúde. Um beijinho e até breve aí nas tuas " areias "
EliminarEmilia
Boa noite de Oitava de Páscoa, querida amiga Emília!
ResponderEliminar"Com mãos se faz a paz."
Vou ficar com a Paz hoje, pois "lá fora" as mãos se ocupam de guerras várias.
Mãos laboriosas em prol do bem-estar comum.
Mãos pacificadoras são as mais conciliadoras que existem e fazem toda diferença na construção de um mundo bem melhor onde todos se dão as mãos.
Tenha dias pascais abençoados!
Beijinhos com carinho fraterno
Já há mãos que cheguem para fazerem guerras, Rosélia e, concordo...usemos as nossas para fazer o bem. O mundo seria muito melhor se todos se dessem as mãos, mas, infelizmente não é o que vemos . E com as minhas te sopro um beijo de grande amizade, com a esperança de que ele não se perca na longa travessia do oceano. Vai chegar intacto e com ele a minha sincera amizade. Saúde, Amiga!
EliminarEmilia
Que lindo! Recebi agora, não se perdeu, obrigada pelo carinho, amiga.
Eliminar🌻 🌻 ⚘
EliminarUma excelente escolha poética.
ResponderEliminarContinuação de boa semana.
Beijos.
Obrigada, Jaime! Sabia que ias gostar e isso deixa-me feliz. Um bom fim de semana, de preferência, sem chuva e com saúde . Beijinhos
EliminarEmilia
As Mãos contribuem para tudo...
ResponderEliminarUm poema muito poderoso de Manuel Alegre...
Beijos e abraços
Marta
É verdade, Marta e saibamos usá-las para edificar e não para destruir. Beijinhos, Amiga e muito obrigada pela visita, sempre carinhosa . Saúde para todos!
EliminarEmilia
Excelente partilha! Obrigada
ResponderEliminar.
Um olhar perdido, desiludido, ou talvez não
.
Beijos, e uma boa tarde!
Obrigada, Cidália, pela visita. Um bom Domingo e que a vida te abençoe com saúde, a ti e aos teus. Um beijinho
EliminarEmília
Como gosto deste poeta libertário, este cantor da liberdade!
ResponderEliminarSempre o releio porque ele está ao alcance das minhas mãos, acima do meu computador de mesa.
Aproveito para agradecer seus comentários sempre generosos, pertinentes e desabridos.
Beijinhos, minha amiga Emília!
Mais uma vez me surpreendes com o grande conhecimento que tens dos nossos escritores. , José Carlos; claro que conheço Manuel Alegre, mas não tenho as suas obras, assim à mão, por cima do computador, aliás, para ser sincera, não tenho nenhum livro dele. Que vergonha, não achas? Concordo....vergonhoso...
EliminarObrigada pelos elogios aos meus comentários; é sempre agradável receber " miminhos "
Fica bem, especialmente com saúde para todos aí em casa. Beijinhos
Emilia
Nossas mãos tão necessárias , Emília.
ResponderEliminarE o poeta tão lindamente fala sobre como usá-las bem_ obrigada pelo poema que trazes
pra mim nessa manhã de abril .Aqui um sol de outono ,aí a primavera. E o privilégio de ter
os dois nas nossas mãos.
Um abraço grande ,amiga
Verdade, Lis, temos o privilégio de ter nas nossas mãos, o sol do vosso outono e a linda Primavera daqui. Belezas que a natureza nos oferece e que devemos agradecer, erguendo as mãos aos céus Este poema é lindo, sim, Amiga e leva-nos a reflectir na importância das nossas acções em prol do bem comum, sempre. Afagar e não maltratar, levantar e não derrubar, amar muito e não matar, devem ser esse o uso dado às nossas mãos. Obrigada, querida Amiga e tudo de bom para todos aí. Beijinhos
EliminarEmilia
Boa Noite, querida amiga, as "Mãos"! Sim, com elas fazemos as guerras, como também a paz; com elas amamos, como destruímos; com elas destruímos a natureza como podemos recuperá-la...tantas coisas, amiga!
ResponderEliminarOs afagos, os estudos, as pesquisas científicas, a medicina, a engenharia, construir tantas coisas... O homem não pode deixar de destruir, sim, mata, massacra, e tantos malefícios! Mas a sorte nossa é que também as mãos curam, ajudam a nascer vidas maravilhosas! Enquanto o homem tiver cérebro, estamos salvos. Podemos acreditar num mundo um pouquinho melhor. Mas não muito...
Manuel Alegre, não conhecia! E me destes a conhecer.
Um feliz domingo, Emília!
Um beijo.
Fico feliz por te dar a conhecer Manuel Alegre, um politico importante e também poeta ; ainda hoje o ouvi nas noticias, a propósito do 25 de Abril, que se aproxima e que diz muito ao povo português; é o dia da liberdade e neste poema, Manuel Alegre já fala nela. Temos " nas mãos " a liberdade, mas, infelizmente, há quem não entenda o verdadeiro siginificado dessa palavra e use as mãos para prejudicar os outros, para matar, para guerrear. O que temos visto ultimamente com estas guerras? Precisamente a falta de respeito pela liberdade dos outros. Obrigada, Taís , pelo belo comentário e façamos a nossa parte, usando as mãos para espalhar afectos. Beijinhos e saúde para todos aí
EliminarEmilia
Um belíssimo poema do Manuel Alegre de que gosto muito.
ResponderEliminarAbraço e saúde
Que bom, Elvira! Também gosto muito deste poema. Obrigada, Amiga. Beijinhos e saúde para todos vós
EliminarEmilia
Os inúmeros ofícios das mãos, tão necessárias, tão livres. Manuel Alegre soube falar delas com o tom que lhe conhecemos de Homem sensível e grande Poeta. Gostei de o ler aqui, minha amiga Emília.
ResponderEliminarTudo de bom para si.
Uma boa semana.
Um beijo.
É verdade, Graça, Manuel Alegre soube aqui fazer-nos reflectir sobre as nossas acções, com um belo poema às Mãos. Gostei muito e, estando nós pertinho do dia em que celebramos a liberdade, é bom que saibamos que a nossa liberdade termina onde começa a dos outros; assim haverá, com certeza, mais respeito por todos os que nos rodeiam. Muito obrigada pelo carinho da visita, querida Amiga. Um beijinho e saúde para todos aí em casa
EliminarEmilia
Um poema que nos lembra, que são as acções que fazem a diferença na sociedade... num país, onde os meandros políticos se vão ficando pelas intenções, demasiadas vezes!
ResponderEliminarBelíssima escolha poética, Emília! Já se respira a liberdade de Abril, por aqui... ainda que estejam uns tropicais trinta e tal graus lá fora, pouco condizentes com as Primaveras de outros tempos... anda tudo alterado...
Beijinhos! Feliz semana!
Ana
É verdade, Ana, anda tudo alterado " e mais uma vez aqui estão as "mãos " humanas a destruir em vez de construir. Fala-se muito no clima, realizam-se cimeiras mas as acções não aparecem e por isso resta-nos fazer a nossa parte; dos senhores do mundo está visto que não vêm as soluções....só conversa. Amiga, muito obrigada pela visita e espero que estejam todos de saúde, principalmente a tua mãe. Um beijinho e bom fim de semana
EliminarEmilia
Querida Emília, aplaudo a tua publicação/homenagem a Manuel Alegre, poeta símbolo da resistência e liberdade.
ResponderEliminarConfesso, conheço mal a sua obra, mas gostei muito do poema que escolheste.
Das minhas mãos para as tuas vai um beijo de muita amizade, um abraço apertadinho e uma pétala de Bob Marley: "Quando todos os Homens tiverem dados as mãos, não existirão mãos para segurar armas."
Também conheço mal o obra de Manuel Alegre, mas também adorei este poema A abrilhntá-lo deixaste aqui um linda " pétala " de Bob Marley que com toda a certeza seria o que gostaria de ver e nós também, Teresa. Mas, é uma utopia e nunca os homens deixarão de usar as mãos para segurarem armas. Precisamos de acreditar em algo e por isso continuemos com Utopi de Marley...." que os homens se dêem as mãos e assim não peguem em armas " Que lindo, Teresa! Obrigada! Espero que estejam bem de saúde e sempre com força para aguentar os desaires da vida. Com as minhas mãos te afago e com elas erguidas agradeço à vida a tua amizade. Beijinhos muitos
EliminarEmilia
Com mãos tudo se faz e se desfaz.
ResponderEliminarGrande verdade, Emília.
Obrigada pela partilha do poeta
Ontem foi o meu aniversário e fiz uma festa de anos virtual para receber os amigos/as que aparecessem, mas...ninguém veio...
Ohhh que pena! Quer ainda aparecer? Espero...venha!
http://orientevsocidente.blogspot.com/
Beijinhos, com carinho e amizade.
Desculpa não ter aparecido, mas não sabia que fazias aniversário. Embora atrasados, deixo um abraço de amizade e os meus parabens. Que tenhas tido um dia especial e que a vida te abençoe com saúde, sempre. Logo que possa far-te-ei uma visita. Beijinhos e um bom fim de semana
EliminarEmilia
Querida Emília! Que poema fantástico! Sempre garimpando joias da literatura poética! Emília, estou reescrevendo o segundo volume de minha trilogia. A gente pega para reler e, termina, por reescrever. Deixo aqui, a seguinte frase de, Carlos Drummond de Andrade: "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo". Com imenso carinho, um grande beijo.
ResponderEliminarAntes de mais, quero desejar -te muito sucesso com a tua trilogia que, depois de reescrita, vai ficar, de certeza. Como a imaginaste. Depois quero agradecer-te a visita e essa linda frase de Carlos Drummond, uma verdadeira pérola. Beijinhos, Amigo e tudo de bom, especialmente no que respeita à saúde
EliminarEmilia
As mãos muitas das vezes conseguem decidir a vida
ResponderEliminarde uma nação...
Uma maravilha de poema.
Eu já acredito que tudo é mãos...
Uma boa entrada de semana;
janicce.
Eu também já acredito, Janicce, que tudo é " Mãos " e seria bom que só fossesm usadas para construir e não para derrubar, como acontece tantas vezes. Muito obrigada, Amiga e espero que estejam todos bem. Beijinhos
EliminarEmilia