....... COM INCOMPREENSÃO
Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões, é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil. É porque eu não quis o amor solene, sem compreender que a solenidade ritualiza a incompreensão e a transforma em oferenda. E é também porque sempre fui de brigar muito, meu modo é brigando. É porque sempre tento chegar pelo meu modo. É porque ainda não sei ceder. É porque no fundo eu quero amar o que eu amaria – e não o que é. É porque ainda sou eu mesma, e então o castigo é amar um mundo que não é ele. É também porque me ofendo à toa. É porque talvez eu precise que me digam com brutalidade, pois sou muito teimosa.
Clarice Lispector, in Felicidade Clandestina
Achei este texto interessante por nos mostrar que o segredo para se manter um relacionamento longo está precisamente no " Amor com Incompreensão , juntando as incompreensões." Fácil? Não é, mas vale a pena tentar, pois cada um cada um vê a sua individualidade respeitada
Emília Pinto
El amor es independiente de la razón, se ama muchas veces sin saber el porqué amamos a esa persona que muchas veces no tiene las suficientes virtudes para ser querida, amada y respetada.
ResponderEliminarEl corazón es ciego y el amor demasiado complejo.
Pasaba por aquí y me he quedado leyendo tu publicación, es muy buena para reflexionar sobre el tema.
Cariños y buen fin de semana.
Kasioles
Obrigada, Kasioles por teres parado aqui e o que escreveste está muito certo. O coração por fezes é cego e para amar verdadeiramente é preciso que todos os sentidos estejam estejam atentos; o amor é complexo, sim, Amiga! Exige cuidados que nem sempre lhes sabemos dar. Beijinhos e desejo-te saúde e muito amor à tua volta
EliminarEmilia
Boa noite de paz, querida amiga Emília!
ResponderEliminarGosto muito de Clarice, ela tem uma dimensão da realidade impressionante.
Amar na compreensão é muito fácil, o mais perfeito amor é aquele que sobrevive ás incompreensões...
Só pela Graça Divina se consegue as virtudes necessárias para bem-querer assim.
Gostei muito do seu post de hoje.
Tenha dias abençoados!
Beijinhos
É isso mesmo, Rosélia! Amar na compreensão é muito fácil, mas quando isso acontece, quando queremos que tudo se faça como desejamos, um deles anula-se para que não haja problemas, mas com certeza, no fundo, não está feliz . Como já alguém disse, " no amor, ninguém manda ambos obedecem " e é assim que deve ser, pois somos todos diferentes e só dará certo se ambos aceitarem as diferenças de cada um. Obrigada, querida Amiga e espero que estejam todos bem de saúde. Um fim de semana tranquilo . Beijinhos carregadinhos de amizade
EliminarEmilia
Oa cálculos matemáticos errados podem estragar uma vida!
ResponderEliminarSe é que em Amor podem existir cálculos...
Não me leve a mal Emilia, mas com isso da matemática, só me vem à ideia aquele soberbo poema do Millôr Fernandes.
(...)
"Até que se encontraram
No infinito.
"Quem és tu?" indagou ele
Com ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos.
Mas pode chamar-me de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram
-- O que, em aritmética, corresponde
A almas irmãs
-- Primos entre si.
E assim se amaram
Ao quadrado da velocidade da luz
Numa sexta potenciação
Traçando
Ao sabor do momento
E da paixão
Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais..."
(...)
No Amor, como em tudo, temos que aligeirar um pouco as coisas seja somando ou diminuindo as incompreensões bem como as equações.
Um beijinho e bom fim de semana
E se forem os meus, Amiga, então será uma verdadeira desgraça. Nunca goste de matemática e até hoje, os números assustam-me. A somar, diminuir, multiplicar e dividir, ainda lhe dou um jeito, mas a partir daí.....até me arrepio só de pensar. Levar a mal, Janita? Adorei este poema matemático que me fez lembrar dos " malditos teoremas " que tive de aprender e o único que até hoje sei é o de Pitágoras, porque meti-o na cabeça da seguinte maneira : " á saída de Siracusa, disse Pitágoras para os seus netos, o quadrado da hipotenusa é igual à soma do quadrado dos catetos ".. Mas, Janita, não podemos usar a matemática num relacionamento, mas este poema que aqui deixaste termina com umas palavras pertinentes que devemos guardar bem, porque o amor " vai traçando ao sabor do momento e da paixão, retas, curvas, circulos e linhas sinusoidas " e " se não soubermos aligeirar um pouco as coisas " o resultado de qualquer operação matemática num relacionamento será um valente zero. Amiga, muito obrigada por teres acrescentado este poema à minha publicação, pois enriqueceu-a bastante e fez-me rir, lembrando a minha " azelhice " com os números. Beijinhos e espero que tenhas um fim de semana agradável apesar do tempo escuro. Saúde para todos aí em casa
EliminarEmilia
Elogio a publicação. Gostei muito de ler. Feliz fim de semana
ResponderEliminarObrigada Ricardo! Fui buscar o teu comentário ao span. Agora é assim....temos de ir lá todos os dias Um beijinho e um bom fim de semana
EliminarEmilia
Bom dia, querida Emília
ResponderEliminarClarice Lispector com a sua sensibilidade poética, fala do que
no Amor pode fazer a diferença. As incompreensões se, com vontade
de estabelecer diálogo, poderão ser superadas. Difícil, mas
nisso poder-se-á cimentar um amor duradouro.
Aliás, é um treino que pode levar a vida toda. E quem não se
propuser a levar a cabo essa lição também não viverá a alegria
da cumplicidade e harmonia. Mas, como tudo na vida, terá de
ser do interesse de ambos os lados.
Desejo-te bom fim de semana.
Tudo de bom junto à Família.
Beijinhos
Olinda
Disseste tudo, Olinda! " As incompreensões, podem ser resolvidas com diálogo se houver vontade e só assim se pode levar adiante um relacionamento, seja num casal, seja nas amizades . E se houver filhos? Aí, sim, as incompreensões devem ser somadas, discutidas e ultrapassadas, porque as crianças sofrem muito com a separação e, se os motivos não forem graves, deve-se ponderar, dialogar e seguir em frente. É dificil, mas só assim se pode " cimentar um amor duradouro " É como dizes, é um treino diário, mas será sempre bom conseguir um relacionamento longo onde reine a harmonia e compreensão. Obrigada, querida Amiga e desejo-te dias tranquilos junto dos teus . Saúde para todos. Beijinhos
EliminarEmilia
Clarice Lispector... Excelente, Emília!
ResponderEliminarRespeitar, admirar, partilhar, aceitar, amar.
Em qualquer idade, desistir de amar é desistir da vida.
Beijo, bom fim-de-semana.
Isso , Teresa, principalmente respeitar e aceitar as diferenças do outro. Resolvendo as divergencias com diálogo . Obrigada, Amiga e uma boa semana, com saúde principalmente Beijinhos
EliminarEmilia
Bom dia, minha querida amiga.
ResponderEliminarEssa é uma questão complicada. Amar, muitos amam. Amar corretamente, é outra história. E ainda mais complicado é pensar se existe ou não uma forma correta de amar.
O que sei é que devemos estar abertos para a aprendizagem, e ela é bastante ampla. Amar é, sim, compreensão, mas a incompreensão deve ser entendida e remediada sempre que for possível. A tolerância faz parte do amor, mas deve-se aprender que até a tolerância tem limite. Amor traz obrigações, e muitas vezes precisamos ceder ao outro ou outra, mas que se saiba que os outros, se nós cedemos, também precisam ceder, vez ou outra, a nós. É uma estrada de mão dupla.
Para amar, é preciso se permitir a isso, e muitas pessoas não sabem fazer tal coisa. Amam pela metade? Ou se fecham e não permitem ninguém em seus corações, mesmo sabendo que alguém as ama, ou amam alguém que não quer saber de ser amado, e sofrem da mesma forma.
Amor e dor andam muito próximos, e não raro de um evoluir para o outro.
Esse assunto é muito complicado. E como dizia Vinícius de Moraes, "...que seja eterno enquanto dure.".
Emília, minha querida amiga, um grande beijo pra ti, e que seu fim de semana seja proveitoso e de muita saúde.
Marcio
Depois que li este texto, Márcio, entendi que, talvez, o " somar incompreensões" seja uma" uma forma correta de amar ". Num relacionamento, sentimo-nos muitas vezes incompreendidos e achamo-nos no direito de exigir do outro essa compreensão, esquecendo que temos também de compreender. Somos dois seres diferentes que escolheram fazer a caminhada da vida juntos, mas isso não quer dizer que tenhamos de abrir mão da nossa individualidade e o problema reside aí; Querer mudar o outro, tentar que ele seja igual a nós, que pense e aja como queremos é a morte de um relacionamento; há quem ache que um relacionamento não vai bem se houver discussões e eu penso precisamente o contrário; não
Eliminaré fácil um casal adaptar-se um ao outro e, claro, de vez em quando é necessário discutir a relação mesmo que daí surja uma ou outra briga; muito normal isso; anormal seria o contrário, pois com inimigos a gente não discute e nem se zanga, simplesmente, ignora; lógico, tudo com o mínimo de civismo e sem sofrimento, porque. quando começa a haver dor, então, o melhor é cada um ir para o seu lado; Amigo, dor e amor não combinam, Concordo que este assunto seja complicado, porque o ser humano é muito complexo e viver em sociedade, por isso mesmo, é um desafio. Às vezes me pergunto , como queremos um mundo sem guerras se um casal não consegue viver em paz dentro de quatro paredes? Muito difícil aceitar as divergências, mas, se quisermos serenidade e uma vida tranquila, temos de aprender a respeitar. ceder e não julgar; só assim teremos amores e amizades duradouras, só assim conseguiremos paz não só em nossas casas mas também na sociedade onde estamos inseridos. Como é bom viver num prédio, por exemplo, onde todos se respeitem e se deem bem, não é verdade, Márcio? Obrigada pelo belo comentário, assertivo, como sempre. Um beijinho e que a vida te abençoe com saúde, amor e paz.
Emília
Minha amiga, dia desses eu estava em uma rusga com meu filho. Ele fará, no próximo 5 de dezembro, 31 anos de idade, ou seja, não é nenhuma criança, mas, mesmo assim, ainda é meu bebê. Mas o fato é que estávamos discutindo sobre algo, em em certo momento, como eu vencia o embate, ele soltou essa: "Puxa vida, pai... você vive brigando comigo...". Não "brigo" tanto assim com ele, mas, vez ou outra, dou uns puxões de orelha. Mas confesso que naquele momento me apiedei e parei, pensando: "será que estou sendo injusto?"!
EliminarMas, lembrei de algo que um amigo sempre me falou: "enquanto eu estiver te dando bronca, é porque ainda me importo com você, é porque você ainda tem valor para mim; agora, no dia em que eu não falar mais nada, aí é que você precisa se preocupar, porque então, você não valerá sequer minhas queixas!".
O amor é mais ou menos por aí. Qual relação é duradoura sem uma briga? Sem uma discussão? Sem um perrengue? E, confessemos, é tão bom fazer as pazes, não é? rsrs.
Minha querida amiga, tudo de bom pra ti, e linda semana.
Marcio
É isso, Márico ! E quanto aos filhos, temos, de vez em quando " dar um puxão de orelhas " porque a vida não se compadece e vai dizer " Não " muitas vezes Nós, educadores , fazemos os cidadãos de amanhã e somos culpados dos desmandos deles Os meus são mais velhos, já têm filhos, mas nem sempre a mamãezinha está de acordo e o " puxão de orelhas " é dado .Tem de ser! É sinal de que os amamos muito Obrigada, Amigo, por teres voltado cá para dares esse testemunho Gostei! Beijinhos
EliminarEmilia
Pra mim o amor tem a ver com poesia.
ResponderEliminarSó a poesia traduz o amor e guarda os mais belos momentos.
Amei o texto de Clarice.
Aproveito pra deixar o novo link do meu blog (eu e minha indecisão quanto ao nome, rsrs espero agora não mudar mais...)
https://minhaliteraturinhadedeus.blogspot.com/
Abraços e feliz fim de semana.
Obrigada, Larissa, Claro que há poesia no amor, mas não concordo que só ela traduza o amor. Simples opinião minha, Amiga! Beijinhos e que nos seus dias haja sempre muito amor
EliminarEmilia
Gosto muito da Clarice Lispector, mas não sei se o amor tem algo a ver com matemática. Mas que sei eu do amor, senão daquele que me vai no peito desde 1964. E nele, matemática só na contagem dos anos.
ResponderEliminarAbraço, saúde e bom domingo
já somos duas, Elvira....pouco entendo de matemática e de amor também só sei daquele " que me vai no peito " há 47 anos. Mas, aprendi uma coisa....foi somando incompreensões que chegámos até aqui, por isso acho que a Clarice está certa. Muito obrigada, Amiga! Beijinhos e uma boa semana, com saúde para todos vós
EliminarEmília
O amor nada tem a ver com a matemática...é sentir os sentidos, deixá-los falar...o verdadeiro amor está no respeito mútuo porque sem isso, dizia a minha Mãe, nada vale a pena...
ResponderEliminarObrigada pela partilha...
Beijos e abraços
Marta
E a tua Mãe tem toda a razão, Marta ; o respeito mútuo é indispensável para que o amor dê certo. Claro que ele não tem nada a ver com a matemática...estaria perdida pois detesto números , Amiga Obrigada, Marta, pela visita e desculpa a ausência Um beijinho e saúde para todos aí em cada
EliminarEmilia
Ah, Clarice Lispector, quantas lições você nos deixou com os seus belos textos. Como um amor pleno devemos nos abandonar no seus textos de Clarice sem medo de ser feliz!
ResponderEliminarUm bom domingo!
Beijinhos, Minha amiga!
É verdade, José Carlos, deixou escritos muitio interessantes e este chamou a minha atenção por nunca ter pensado nessa " soma de incompreensôes" apesar de viver um relacionamento já muito longo onde o segredo tem sido esse mesmo...tentar resolvê-las com diálogo Não é fácil, mas vale a pena . Obrigada, Amigo , pela presença . Tenho tido uma " sapequinha " para cuidar e as visitas aos Amigos têm de ser adiadas Vida de vovó é assim!!!Beijinhos
EliminarEmilia
Clarice Lispector é sempre inspiradora em tudo o que escreve. O amor é quase sempre complexo. É feito de compreensões, de incompreensões, de razões e desrazões, de tudo e de nada. Os que se amam têm que encontrar a cumplicidade e a tolerância necessárias para que tudo corra bem. E vale a pena...
ResponderEliminarTudo de bom, minha Amiga Emília.
Um beijo.
O ser humano é complexo; Amiga Graça e consequentemente o amor e a convivência tornam-se difícris, mas vale a pena tentar tudo para que um relacionamento dê certo Um beijinho e que os teus dias decorram com tranquilidade e saúde para todos Obrigada!
EliminarEmilia
Boa noite, Emília. O texto é muito profundo e reflexivo ao extremo. Amar incondicionalmente , além do amor filial, é um conceito bem complicado. Mas é por ai mesmo, senão, não seria amor. Amor é uma coisa bem humana, bem à parte de conceitos exatos. Amar o próximo como a ti mesmo significa reconhecer em outros a mesma dignidade que há em sua própria vida; significa oferecer ao outro o mesmo cuidado e consideração que você dedica a si mesmo. Um grande beijo. Linda postagem!
ResponderEliminarOlá Beto. É isso, amar aceitando o outro como ele é não é fácil e exige muita compreensão de parte a parte e sobretudo respeito pelas diferenças. Claro que custa a adaptação um aos outros, mas se não fizermos o mínimo de esforço, não haverá relacionamento que dure. Obrigada, querido Amigo e volta semper, pois gosto de te ver por aqui. Beijinhos e saúde
EliminarEmília
Querida Emília, amar, desamar… amar diante das compreensões é tão fácil! Difícil é amar nas Incompreensões, quase impossível, temos de carregar uma carga contrária ao que sentimos e ao que pensamos diante do outro. Mas esse é o verdadeiro amor, incondicional. Amar é o sentimento mais complexo, tanto quanto o ser humano. Vi tantos amores que não pareciam ir adiante, mas foram, e que lindo! Amar quando tudo está bem, é uma delícia, mas… nem tudo é assim, bem ao contrário. Mas que viva o amor, por mais difícil que seja, é a mais linda forma de gostar, de aceitar o outro.
ResponderEliminarÉ como Drummond fiz no seu belo poema ‘Amar’:
“Que pode uma criatura senão,
entre criaturas, amar?
amar e esquecer, amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?”
Um feliz fim de semana, amiga,
beijinho!
É como Drummond "diz"...
EliminarAmar quando está tudo bem, é muito fácil, mas, quando é que estamos sempre bem? Quando é que a vida é sempre boa? Há problemas todos os dias, maiores ou menores e isso reflete-se na vida de um casal, claro. Quando duas pessoas me dizem que nunca discutem não acredito, porque, se isso acontece, de certeza que um deles se anula fazendo somente o que o outro quer. Já viste inimigos zangarem-se, Taís? Não se zangam, ignoram-se, simplesmente Obrigada, Amiga, por teres colocado esses versinhos de Carlos Drummond que dizem muito sobre o amor. Beijinhos e desejo-te dias de outono agradáveis, sem grandes problemas e muita saúde parta todos vós
EliminarEmília
Olá, amiga Emília, essa é a grande Clarice Lispector, que, para mim,
ResponderEliminarrecriou o romance brasileiro, contando suas histórias pelo viés do que se passa no interior das pessoas, e menos pelos fatos externos.
Uma excelente postagem, amiga Emília, parabéns!
Um bom final de semana, com muita saúde e paz para a família.
Beijo.
E falar do " que se passa no interior das pessoas " é muito importante e ao mesmo tempo, muito difícil. A alma humana é muito complexa e entender o que nela vai é uma tarefa árdua. Às vezes. nem nós mesmos nos entendemos. Obrigada, Pedro, pela visita e desejo-te dias felizes, com saúde sempre, Beijinhos
EliminarEmília
Achei o texto profundamente interessante, e mais uma vez vem confirmar o aspecto predominante da escrita de Lispector, na minha perspectiva, claro: um queixume permanente contra o sexo oposto...
ResponderEliminarHá sempre algo de profundamente amargo das suas palavras... e no meio privilegiado e aristocrático em que se movimentava... há sempre um discurso de revolta, mas não de disrupção e empoderamento, sobre mudar o que não lhe agradaria, para mais em circunstâncias de privilégio... continuo sem conseguir apreciar muito, a maior parte do que vou lendo da mesma...
Não aprecio muito o universo feminino, traduzido por ela... sempre de um descontentamento... contente! Mas talvez o defeito seja meu, na interpretação das suas palavras...
Dá-me a sensação que sempre viveu na contrariedade... mas que nunca lascou uma unha, para mudar as circunstâncias...
Ela sempre se concentra no lado menos bom dos relacionamentos... sem achar quase nada de positivo neles... nem quando os mesmos se iniciaram?... É este tendenciamento permanente que me custa a aceitar nos seus trabalhos!
Mas como digo... admito que o problema possa ser meu, no entendimento da sua escrita...
Deixo um beijinho e votos de um bom fim de semana, Emília!
Ana
É normal, Ana, cada um faz a interpretação do que lê de maneira diferente. Confesso que conheço muito pouco da obra e da pessoa de Clarice e talvez tenhas razão. Mas o que me levou a escolher este texto foi a " soma das incompreensões " num relacionamento, porque, na verdade aí é que reside a dificuldade ; aceitar as incompreensões do outro e resolvê-las com diálogo é uma tarefa dificil . E neste pequeno texto ela mostra, na minha opinião, um feitio dificil, uma dificuldade, como bem dizes, em relacionar-se .Talvez estejas certa na análise que fazes desta escritora e não é á toa que a convivência entre as pessoas seja dificil. Somos seres complicados Amiga, muito obrigada por teres vindo e teres dado a tua opinião. Gosto disto, de debate de ideias. Beijinhos e um bom fim de semana, com saúde. Espero que a tua mãe esteja bem
EliminarEmilia
Só eu que acho o amor palavrinha fácil de dizer;
ResponderEliminarMas tão difícil de praticar?
Acredito que amar aos seus é algo fácil ou amar o que nos convém...