sábado, 24 de outubro de 2020

O MEDO

 


Letra

Provisoriamente não cantaremos o amor
que se refugiou mais abaixo dos subterranêos
Cantaremos o medo que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe, 
existe apenas o medo, nosso pai e nosso companheiro
o medo grande dos sertões, dos mares, do deserto
o medo dos soldados, o medo das mães, o medo das igrejas
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos democratas,
cantaremos o medo da morte e o medo do depois da morte,
depois morreremos de medo
e sobre nossos túmulos nascerão flores amarelas e medrosas

Carlos Drummond de Andrade

Significado e importância do poema Congresso Internacional do Medo


Carregando uma forte e pesada reflexão crítica, a composição vem dar voz à falta de esperança que invadia os indivíduos durante a década de 40 e também nos tempos que se seguiram. Na verdade, os traumas daquele período histórico e as mazelas que ele deixou nos indivíduos acabaram se perpetuando através do tempo e permanecem na nossa história coletiva. Assim, décadas mais tarde, continuamos sendo assombrados pelo terror e a crueldade do conflito que abalou o mundo. Mais
do que uma composição poética, trata-se do desabafo de um sujeito que precisa sobreviver numa época de mudanças bruscas e violentas.

in- Cultura Genial




Não estamos a viver uma guerra mundial, mas, estamos a travar uma luta com um inimigo invisivel que está a espalhar o medo pelo mundo inteiro O medo está a ser internacional, global e o que é pior, sabemos muito pouco sobre o nosso inimigo.

Emília Pinto

43 comentários:

  1. Emília querida, pois é, li pausadamente esse lindo poema de Drummond sobre o medo, porém me veio logo o filme dos meus medos:
    tenho receio dos medos que possam nos travar; medo de uma sociedade sem limites na violência; medo de não resgatar aquela luz no fim do túnel. Medo da justiça fraca. Tenho medo de nossas perdas, de perdermos uns aos outros e o tamanho desse sofrimento; medo de não acreditar mais... Tenho medo da dor em que o mundo está exposto. Não tenho medo de morrer, mas tenho um medo de como 'Ela' chegará. E o desconhecido (a) que chega sem aviso, sem alarde e sem pena, que chega de repente, não sei, não... tenho medo.
    Não acredito em alguém que diga que temos de viver sem medos e ponto final. Não estamos munidos dessa coragem toda, isso é muito bonitinho, mais nada. Quando acontecer, todos vamos chorar. Não acredito num otimismo fantasioso e fora da medida.
    Belíssima escolha!
    Um ótimo domingo, querida amiga! Cuide-se muito.
    beijo.

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    1. Concordo com tudo o que escreves, Taís e, como tu, também não acredito em quem diz não ter medo de nada. Como diz Gilberto Gil, " não tenho medo da morte, tenho sim, medo de morrer", e mais medo ainda do modo como morrerei; tenho medo do sofrimento, medo das guerras, medo desta pandemia que mata e que chegou de repente e mudou a vida de toda a gente. Sabes, Tais, não conhecia este poema de Carlos Drummond, mas, como sabes, estou a ficar com medo devido ao aumento dos casos aqui onde vivo e, pensando nisso, procurei algo que pudesse transmitir esse sentimento e encontrei este " Congresso Internacional do Medo ". Era isto mesmo que eu queria; o medo sempre fez e fará parte da vida de cada um de nós, mas será sempre um medo diferente, dependendo da pessoa que o sente. No entanto, esta pandemia está a ser universal, global e por isso é um medo internacional, um medo provocado pela mesma pandemia e em todas as pessoas; ninguém está livre dela. Taís, muito obrigada pelo comentário tão assertivo e vamos lá...seguir em frente, tentando que o medo não nos impeça de viver, mesmo confinados dentro de casa. Um beijinho e um bom domingo
      Emilia🌈🙏⚘

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  2. Lindo poema desse MEDO! Na verdade, todos estamos sentindo... Não nos veremos livres pois na Europa já tudo recomeçando novamente e com as viagens, a coisa se torna um problema! Vamos esperar o melhor! beijos, tudo de bom,chica

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    1. Aqui e no resto da Europa os números estão a aumentar muito, Chica, mas, da maneira que está, acredito que viagens não serão autorizadas, a não ser que os brasileiros voem para cá, embora não acredite nisso. Está um problema muito sério, Amiga e, o pior de tudo é que este virus continua ainda pouco conhecido, Mas, não vale a pena reclamar, pois a vida não aceita reclamações; manda e pronto. Ainda bem que já estás em casa com o teu marido e que, apesar do perigo de contaminação nos hospitais, o virus não vos encontrou. Chica, muito obrigada e os meus votos de que tudo continue a correr bem
      Beijinhos🌻🙋‍♀️🙏

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  3. Li e reli o poema para melhor o entender. De certo modo o medo tem convivido comigo ao longo da vida. Quando era menina, dizia muito ingenuamente que não tinha medo de nada. Ria-me das histórias de bruxas e lobisomens e dizia-o. Não durou muito a minha bazófia. Minha avó morreu quando eu tinha 6 anos e em seguida minha mãe foi internada no hospital e os vizinhos diziam que ela não voltava. Imagina o medo que tive? Depois disso já passei por tantos que o Covid é só mais um.
    Abraço, saúde e bom domingo

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    1. Sabes, Elvira, quando somos jovens não temos medo e por que deveriamos ter? Tinhamos saúde, a nossa vida era estudar e brincar, não tinhamos sofrido aquelas perdas que nos ferem para toda a vida e nem sequer pensavamos que um dia morreriamos. Era tudo alegria, mas, quando a idade avança e as despedidas definitivas começam a acontecer, as coisas mudam e os medos aparecem, medo de adoecer, medo que os filhos e netos sofram, medo que a morte chegue com muito sofrimento. É, Elvira, já vivemos muitos medos e este é só mais um que temos de aguentar. A vida manda e nós obedecemos. Muito obrigada pelo carinho da visita e um bom domingo " com muito humor" . Beijinhos e SAÚDE para todos
      Emilia 🙏🌈🌻

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  4. Amiga Emília,
    O genial “Carlos Drummond de Andrade”, dizia gostar do impossível, de conseguir pressentir o provável, dava risada do ridículo e chorava por seus medos tácitos.
    Mas um sorriso confiante nem sempre demonstra que estamos bem. As inseguranças deste Mundo pandêmico, assusta todos nós e assustaria “Carlos Drummond de Andrade”, pois, ele não entenderia também, aquilo que virá por aí, nas inconstâncias das coisas todas, no imprevisível.
    Não gostamos da rotina, queremos verdades sobre esta bendita vacina, nos irritamos com nossas claustrofóbicas quarentenas infindas.
    Não perdemos a fé em Deus, mas, estamos perdendo de forma inexplicável a fé nas palavras dos líderes das grandes nações, que não andam colocando em prática, aquilo que eu julgo ser o correto.
    São poucas pessoas em quem podemos confiar... Mas, “Carlos Drummond de Andrade”, certamente foi uma das pessoas confiáveis do Mundo, pois, em seus belos escritos, ele dizia:

    “...Porque eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho que as pessoas me enxergam... A confiança é um ato de fé, e esta dispensa raciocínio... Todo o ser humano é um estranho ímpar.”

    Um abraço e cuide-se!!!

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    1. Querido Douglas, tenho de começar por te agradecer o belo comentário e depois dizer-que que concordo com tudo o que escreves. O medo sempre fez parte das nossas vidas e continuará fazer, mas este é diferente, pois não sabemos quase nada da causa deste medo e ficamos perdidos no meio de tanta informação, sem sabermos como lidar. O pensamento de Drummond que aqui deixaste só prova a humildade dele e é bem verdade o que diz; devemos preocupar-nos com o nosso ser e não com que as pessoas acham eu querem que sejamos. Somos o que somos e só devemos imitar aqueles que agem com humidade e humanidade; o que o outro tem não deve influenciar a nossa maneira de ser; somos todos diferentes e essa diferença deve ser respeitada. O mal da sociedade é querer ter o que o outro tem e muitas vezes ter ainda mais do que o outro, não olhando a meios para conseguir essa supremacia. Quanto à rotina, costumo dizer que tenho medo que ela acabe, porque feralmente a mudança não traz coisa boa e isso viu-se agora...apareceu este virus e tudo ficou " de pernas para o ar ". Amigo, vamos lá tentar afastar o medo e viver o melhor possivel, pois, com virus, ou sem ele, a vida é curta e devemos apreveitar cada instante. Um beijinho e SAÚDE para todos
      Emilia🙏🌈🖨📟🎤

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  5. Um texto muito actual... e a História repete-se... Estamos a lutar contra um inimigo sobre o qual pouco sabemos sobre ele.
    E o medo existe; olha-nos de frente...
    Espero que esteja bem.
    Beijos e abraços
    Marta

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    1. Estamos bem, Marta, ou melhor achamos que estamos, pois o facto do virus nem sempre causar sintonas torna o medo ainda maior, pois não sabemos onde está o perigo. Pode estar aqui mesmo, dentro das minhas quatro paredes. Esse ê o problema. Querdida Amiga, obrigada por teres cá vindo e SAÚDE para todos é o melhor que te posso desejar. Um beijinho e até breve
      Emilia🙏🌈🙋‍♀️

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  6. Olá Emilia! Toda pessoa conhece o sentimento de medo. Um temor, uma ansiedade, frio na barriga, mal-estar, coração acelerado... seja ele fundamentado ou irracional. Seja qual for a causa, uma coisa todos os medos têm em comum: despertar o instinto de proteção. O medo é um dos principais sentimentos que nos prendem na zona de conforto, na prisão do cômodo e do previsível. É um dos fatores que nos impedem de arriscar, de mudar, de ser quem somos, de expor nossos sentimentos, de falar a verdade, de viver uma vida com ousadia. Carlos Drummond de Andrade foi fantástico ao desvendar o medo e todas as suas facetas. Grande beijo. Feliz domingo!

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    1. É verdae, Beto, o medo está sempre presente em nós e tanto nos faz bem quanto nos prejudica muito. Sentir medo protege-nos de certos perigos, mas também nos impede de avançar quando se torna necessário. No caso desta pandemia é bom que tenhamos alguma sensatez, que nos protejamos, que sigamos as instruções dos entendidos e que assim continuemos a vida, sempre tendo em conta as conseqüências da nossa irresponsabilidade. Beto, muito obrigada pelo carinho e cuida-te, sim? Um beijinho e uma boa semana, co SAÚDE,
      Emília 🥰🌈🙏

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  7. Bom dia de domingo, querida amiga Emília!
    Uma grande verdade: o medo permeia nossos dias, com razão de ser.
    Até às flores assumem o medo de quem as planta e brotam medrosas...
    Um post que fala poéticamente do medo que nos ronda, com uma certa beleza até.
    Sua sensibilidade o dez ser assim.
    Tenha dias serenos e com saúde , minha amiga!
    Bjm carinhoso e fraterno de paz e bem

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    1. Obrigada, Roselia; impossivel não andarmos com medo, mas, ao mesmo tempo, temos se saber usá-lo para melhor nos protegermos e não para deixarmos de viver. Com sensatez, saberemos encontrar o equilibrio, Fica bem , Amiga, com SAÚDE e serenidade. Tudo ha-de passar! Beijinhos
      Emilia🌈⚘🌻

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  8. Adorei a publicação. Obrigada pela partilha!
    **
    Preciso de ti, da tua malícia ...
    -
    Beijos, e um excelente Domingo

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    1. Obrigada Cidália! Fico muito contente que tenhas gostado e que o medo, na tua vida, não seja em demasia. SAÚDE, Amiga! Um beijinho
      Emilia🥰🌈

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  9. O medo, tem sido um ferramenta para manipular massas, sob muitas formas... no entanto... é certo... que as pessoas rapidamente esquecem o passado histórico...
    Como a Emília, muito bem contextualiza, este poema, focava-se na década de 40. Hoje em dia... movimentos radicais e de direita, estão de novo a eclodir... inspirados precisamente nos dos tempos da segunda guerra, que lhes servem de inspiração até hoje... e cujas consequências... definitivamente escapam à memória e conhecimento das gerações mais novas... que anseiam por aderir a movimentos de contestação... e não estando nem aí, para aprofundar consequências do passado... que para os mais novos... tudo o que tenha mais de uma década, já tem contornos de pré-história... ou de não existência...
    Mas uma coisa também é certa... as pessoas em plena liberdade, também rapidamente esquecem limites... que rapidamente ultrapassam ou não cumprem o que se lhes é pedido... veja-se esta pandemia... na era do conhecimento... todos temos as ferramentas e os conhecimentos mínimos, para a manter controlada... e contudo... ela está descontrolada, principalmente nos países mais liberais... onde cada um, faz o que bem entende... ou o contrário do que lhe é pedido... em atitude de auto-afirmação... de estupidez, provavelmente (na França o governo pediu com luvas de pelica, às pessoas que usassem máscara... a grande maioria recusou, para proclamar a sua liberdade individual... o seu grito de Ipiranga no seu... Vive La France, e tal serviu-lhes para se contaminarem todos entre si... e por isso, têm um índice assustador de contágios no momento, apenas um pequeno exemplo). Noutros países... tal foi imposto à força, tal como muitas outras duras medidas restritivas, sem grandes explicações... e têm o vírus controlado!... Em determinadas matérias... infelizmente, as pessoas, tal como as crianças... só cumprem pela força... bem... antigamente, ainda se dava um tabefe numa criança... hoje em dia, se lhes tocam... a criancinha ameaça os pais de que os vai denunciar à policia...
    Em relação a este virus... em alguns está instalado o medo, mas na grande maioria, está instalado um negacionismo e um "não querer saber" convictos... que só contribuem... para chegar ao ponto em que estamos... altos índices de contágios por todo o lado!
    O vírus... faz o que tem a fazer... aproveita oportunidades... as pessoas... pensam que ele se molda, às suas vontades e hábitos de sempre...
    Vacinas já estão sendo produzidas, Emília, fiáveis, e com resultados bem animadores, sem efeitos colaterais de recear... devemos continuar a proteger-nos ao máximo... sem medo... a não ser dos que nos podem contagiar... que no momento... também podem ser os que nos querem beijar, abraçar, estar perto... esta é a parte cruel de todo este processo! Devemos preparar-nos para 4 ou 5 meses muito duros... mas depois, já haverá solução para isto. Controlemos pois o nosso medo... e troquê-mo-lo por empenho em nos defendermos, com o que sabemos ter resultado até aqui!...
    Um beijinho grande! Feliz semana! Sem medos... mas com as defesas erguidas ao máximo, para melhor nos concentrarmos no que devemos continuar a fazer, por mais um tempito.
    Ana

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    1. Tens razão, Ana, muito lutamos pela liberdade, muitos morreram por ela e muitos continuam a tentar obtê-la, mas, quando finalmente a temos, não a sabemos usar; esquecemo-nos que liberdade e responsabilidade têm de caminhar juntas e depois queixamo-nos da repressão que as autoridades têm de usar contra os irresponsáveis que acham que só eles existem no mundo O medo faz parte da natureza humana e assim vai continuar a ser, mas, claro, ele não pode ser exagerado, não nos pode tolher, não pode impedir que continuemos a caminhar. No caso desta pandemia, o inimigo é desconhecido e, como bem dizes, pode até estar aqui dentro de minha casa; o facto de nem sempre haver sintomas torna-o muito, muito perigoso e por isso devemos estar atentos aos conselhos que os entendidos nos dão e segui-los à risca. É lamentável, Amiga, que ainda haja pessoas que parecem ignorar o problema e fazem uma vida normalissima, sem quaiquer cuidados. Escolhi este poema, Ana, pelo tituo, " Congresso Internacional do medo" ; nessa época o medo era provocado por grandes guerras e era geral, do mundo inteiro e agora, em 2020, estamos de novo com um gravissimo problema, infelizmente, também mundial, estamos todos com medo, mas, penso, conscientes de que não devemos entrar em pânico. Tudo se resolverá se começarmos a agir com mais sensatez, pensando em nós e nos outros. Obrigada, querida Amiga pelo belo comentário e espero, sinceramente, que estejam todos bem, em especial a tua Mãe. Beijinhos
      Emilia🌻🙏🌈

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  10. Que belo compartilhamento, Emília, não conhecia, adorei!!
    Tenho medo da falta de humanidade nos humanos, dos insensíveis, dos que silenciam diante da dor alheia...Quando a pandemia passar eles estarão ainda por aqui e em tempos de virtualidade e pós verdade é fácil manipular uma boa parte da população.
    Adorei o post, abração e boa semana!

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    1. Eu também não conhecia este poema, mas achei-o muito apropriado para a fase terrível que o mundo está a passar ; é um medo “ internacional”, este, porque o mundo inteiro foi atingido Eu também tenho medo da falta de humanidade existente no ser humano, pois essa falta é a causadora de tudo aquilo que nos provoca medo! E, Amiga, não há nada que possamos fazer para evitar essa desumanidade; somos pequeninos demais para isso Um beijinho e obrigada pelo carinho Saúde para todos aí.
      Emilia 🙏🌈❤️

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  11. Podia ser feito para o tempo que vivemos este poema de Drummond. "Provisoriamente não cantaremos o amor
    que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos
    Cantaremos o medo que esteriliza os abraços"
    Temos medo. Por nós, por todos os que amamos. Por todos os que sofrem, por todos os que morrem. E lembro um pequeno poema de Casimiro de Brito: "toda a gente nos quer transformar, melhor resumir numa só pessoa. E cada um de nós é uma multidão desorientada"...
    Cuide-se bem, minha Amiga Emília.
    Um beijo.

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    1. Essa frase de Casimiro de Brito diz muito, Graça, pois andamos , de facto, desorientados; as informações são constantes, mas muito contraditórias o que demonstra o desconhecimento deste virus. Hoje li que, afinal, a imunidade de quem já foi contamindao é muito pequena, quando antes se falava na contaminação colectiva como forma de acabar de vez com a pandemia. Sabe-se muito pouco e isso aumenta o nosso medo. Sempre tivemos medo e continuaremos a ter, mas este é diferente, porque não sabemos como enfrentá-lo; completamente isolados não conseguimos estar e basta uma saida à rua para corrermos sérios riscos. Enfim...temos que seguir a vida, mas não podemos ser descuidados; o medo não deve ser exagerado, mas, muitas vezes é ele que nos impede de sermos inconscientes. Amiga, muito obrigada pelo carinho e desejo que todos aí em casa estejam bem; sem abraços, sem beijos, sem um aperto de mão os dias escuros deste tempo frio ficam ainda mais tristes. E andavamos nós a reclamar de falta de afecto na sociedade de hoje e chega um virus que nos impede de o manifestar; há situações em que ele é tão tão necessário ...há pessoas a precisar tanto de um abraço...a precisar tanto de um simples afago..
      Tudo muito triste, Graça! Um beijinho
      Emilia⚘🌈🌻

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  12. Com certeza esse poema é atual para esse novo
    sistema de vida;
    Acho que cada um de nós tem uma lição para refletir de
    tudo o que estamos a vivenciar, mas percebo que as pessoas tem
    uma grande dificuldade de lidar com o seu eu e por mais que
    tudo esteja difícil me parece que a grande população está nem aí
    pro coletivo...
    Então penso que está nas mãos do criador, sobre quem continua vivo
    e quem morre;
    Dificil sim... mas me parece que para mim neste momento é a realidade
    e uma dura realidade.
    Maravilhoso post!
    Tenhas uma boa entrada de mês de novembro e obrigada pela
    sua presença lá na casa.
    Abraços.

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    1. Tens razão, Janicce, há ainda muitos que pensam que esta pandemia é uma brincadeira e não seguem as recomendações das entidades completentes; querem liberdade, mas fazem tudo para que essa liberdade lhes seja retirada e depois queixam-se. Aqui em Portugal e no resto da Europa a situação está muito séria e já há recolher obrigatório em muitos lados e creio que em Portugal vai acontecer o mesmo. É assim, Janicce, temos de aguentar o que a vida nos traz, não desanimando e vencendo os medos da melhor maneira possivel . Obrigada pela visita, pela simpatia das palavras. Desejo saúde a todos aí em casa e que o teu lindo sitio vos ajude a passar estes tempos dificeis com mais alegria. Um beijinho
      Emilia🍃🍀⚘

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  13. Querida amiga O medo convive comigo, tenho medo da maneira como estamos sendo governados, melhor dizer desgovernados, da ignorância revoltante e sem piedade que foi espalhada e incutida nas cabeças dos que só pensam em si, que o covid 19, não existe. Tudo pela ganancia de poder, não importa quem morra. Um governo que não cuida de seu povo, não merece perdão. Tenho medo pelo futuro de meus filhos, medo por meu marido que está doente, medo por mim, por meus sonhos derrubados, pela tristeza desta verdadeira guerra que se instalou no mundo por um inimigo invisível. Medo dos egoístas que saem por aí em busca de festas, de bares, contaminando mais pessoas. Enfim amiga quando falamos desses medos estamos falando de amor pelo próximo e por nós também.
    O poema não poderia ser mais atual, e realista.
    Temos que ter fé, e buscar a paz neste retiro forçado que logo passará, se Deus quiser e Ele quer.
    Obrigada pelas palavras e visita a meu blog, desculpe minha ausência são os dias difíceis que estamos enfrentando.
    Fique bem, cuide-se com carinho um dia de cada vez, e logo chegaremos em 2021, sem Covid19.
    beijinhos, saúde e paz
    Léah

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    1. Querida Leah, esses teus medos são compreensiveis e são medos que fazem parte da vida de todas as pessoas que tenham dentro de si um pouco de essencia, pessoas que olhem ao seu redor e vejam o que se passa na sociedade em que
      vivem, pessoas que se preocupem com os outros e que tenham um pouquinho de humanidade. Vivemos tempos dificilimos e mesmo assim há gente que continua vivendo a vida como se nada estivesse a acontecer, sendo necessário colocar a policia a fiscalizar o modo como actuam neste novo pico da pandemia. Não entendo...fala-se tanto em liberdade e no fim fazem de tudo para que a policia os prenda, porque continuam a fazer festas com muita gente e a ignorar todos os outros conselhos das autoridades da saúde . Aqui em Portugal a situação está critica, já passamos dos 4000 infectados por dia, mas, mesmo assim a iresponsabilidade continua. Leha, temos muito medo, sim, mas temos que aprender a viver com ele, porque esta pandemia está longe de nos abandonar e a vida manda que continuemos! Um beijinho e muita SAÚDE e ânimo para todos vós. Um fim de semana tranquilo, Amiga!
      Emilia🌈🌻🙏

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  14. Poema actualíssimo!
    Neste tempo de pandemia não há como não ter medo. Eu tenho medo até do medo!
    Mas tenho principalmente medo pelo futuro das minhas netas. Pavor!
    Herdarão elas um mundo feito de muito amor, ou de terror?
    Amiga, que angústia!
    Beijos e abraços apertadinhos.

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    1. Querida Teresa, fazes uma pergunta para a qual não tenho resposta. Esse medo também eu tenho, mas tenho esperanças de que não vivam " um mundo feito de terror ", espero que vivam um mundo, como este nosso, onde há de tudo numa mistura por vezes incompreensivel; acredito pouco na mudança da mentalidade do ser humano e por isso não espero " um mundo feito de muito amor ", mas, se não houver " muito terror " já será bom, não é verdade? Quem sabe, estes nossos netos não contribuirão paracesse mundo muito melhor que o nosso? Quem sabe...
      Amiga do coração, tenhamos esperanças e não nos deixemos vencer pelo medo! Um abraço do tamanho do mundo, carregadinho de amizade
      Emília 💝🙏🌻

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  15. E o medo continua, agora com a pandemia.
    Um grande poema de um grande poeta.
    Obrigado pela partilha.
    Bom fim de semana, querida amiga Emília.
    Beijo.

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    1. Continua, sim, Jaime e continua também a irresponsabilidade de muita gente que parecem achar que a pandemia ê uma brincadeira. Está provado que é um assunto demasiadamente sério que exige de todos nós cuidados redobrados, Obrigada, Amigo, pelo carinho e um bom fim de semana, com SAÚDE para todos aí. Um beijinho
      Emilia🖋📖🌈🌻

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  16. Começo pelo vídeo - é lindo!
    Continuando... sou fã (de carteirinha, como dizem os brasileiros...) de Drummond.
    Este texto, retratando embora tempos passados, poderia ter sido escrito hoje.
    Muita gente (eu diria que a maioria das pessoas) vive com medo. Nos tempos actuais, principalmente, isso é saudável.
    Medo conduz a prudência, e o melhor que se pode fazer, perante este inimigo invisível, que ataca todos, cegamente, sem olhar seja ao que for, é ser prudente, cuidadoso consigo mesmo e com o semelhante.
    Acontece porém (como alguns casos que conheço) que o medo se transforma em pânico. Aí é preciso muito cuidado, não nos podemos deixar vencer.

    Querida, fiquei feliz por saber que contigo e a tua família está tudo bem. Essas restrições aí, agora, é que são muito aborrecidas, mas... é melhor prevenir do que remediar.
    Cá por casa vai tudo normal. A minha filha, que é professora, em contacto constante com alunos (MUITOSSSSSSSSSSS) já apanhou um ou outro susto, mas felizmente não passou disso.
    Eu saio muito pouco de casa, e faço-o sempre com máscara. (Aliás, desde Março que não vou à rua sem máscara). Saio à 6ª.feira para ir à cabeleireira, e uma vez por mês tratar das unhas (mãos) e outra vez por mês para ir à pedicure. E são estas as minhas saídas 😉 Ah! e para ir ao médico, quando a consulta é presencial.
    O meu filho, que está em teletrabalho, passa o dia aqui comigo (tem o computador aqui em minha casa) e é ele que faz as compras - não me deixa pôr pé em ramo verde 😂😂😂
    Tem que ser assim, Amiga, para podermos sobreviver a este maldito vírus, e continuarmos a "falar" por muitos anos.
    Fica bem, cuida-te muito, e até sempre.

    Votos de um Domingo feliz
    Beijinhos
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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    1. Querida Amiga, o medo é bom em muitas circunstâncias e esta em que vivemos é uma delas, embora ainda existam pessoas que parecem não ter o minimo receio. Quanto às novas restrições, a mim não me preocupam, pois estou há muito evitando as saidas e também não entro nos cafés.; mesmo assim, Amiga, não estamos livres desse virus que nos apareceu e que continua a " tirar o sono " aos cientistas que tentam a todo o custo conhecê-lo melhor. Há pessoas, sim, que estão a entrar em pânico e isso é muito mau, pois vão acabar por precisar dexajuda especializada. Creio, Mariazita, que algumas têm motivos para esse pânico, pois a situação delas é gravissima e não sabem como resolver tantos problemas; nós nem imaginamos o sofrimento enorme de tanta gente que perdeu tudo, que se viu de repente sem rendimentos , sem conseguir colocar comida na mesa; não sei se eu não entraria em pânico, se me visse numa situação dessas. Como bem dizes, Amiga, temos que aceitar as restrições , cumprir as regras e digo mais...aceitar com um sorriso nos lábios, pois, apesar de tudo, podemos considerar-nos umas sortudas; não nos falta nada e há muitos a quem tudo falta. Obrigada, querida Amiga e SAÚDE para todos aí em casa. Um abraço do tamanho do mundo
      Emilia💐🌈💝

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  17. Boa noite Emília!

    Já sentia saudades de passar por aqui minha amiga!
    Gostei muito esse poema de Drummond.
    Quem é que não tem algum tipo de medo ou já se amedrontou diante de alguma situação né Emília. Sei que o medo faz parte da vida, mas te confesso que de uns tempos pra cá tenho andado mais medrosa do que antes. O medo está associado ao instinto de sobrevivência. Se não o sentíssemos, nós não sobreviveríamos por muito tempo. Quando sentimos medo o corpo se prepara para o famoso “lute ou fuja”. O nosso corpo se prepara para dois resultados possíveis, enfrentar a situação e lutar com ela, ou sair correndo, fugir. Isso faz seu cérebro trabalhar muito intensamente, o que gera mais adrenalina. Ter medo de uma coisa palpável é normal, faz parte da vida, agora enfrentar uma coisa como esse vírus é assustador. Você nunca sabe onde ele está, e com quem está. Na verdade, nem os pesquisadores sabe tudo a respeito dessa coisa, ou se algum dia vão saber... Está sendo um ano bem tenso por aqui. Essa pandemia foi muito forte aqui no meu Estado. Agora que estávamos pensando que tudo ia melhorar pois os índices de contaminação estavam bem baixo. Foi divulgado essa semana que os casos de contaminação e morte começaram a crescer novamente. Imagine que isso só vai piorar depois do dia 15 de novembro que é a eleição.

    Um bom mês de novembro pra você Emília.
    Boa semana!
    Beijos!

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    1. Querida Smareis, o medo que estamos a sentir agora, é bem pior, pois não sabemos o que fazer, dado o desconhecimento que há deste virus. Aqui em Portugal tudo voltou a piorar e no resto da Europa ainda está pior. Penso que amanhã o governo vai decretar, de novo, estado de emergência, pois os casos têm aumentado tanto que o sistema nacional de saúde está saturado. Agora, não são só os idosos, mas, sim, gente nova que não tendo seguido as normas acabaram por sofre as conseqüências. Amiga, confesso, estou a ficar com receio e há muito que só saio de casa se for necessário; a máscara já faz parte do meu vestuário e o frasquinho de álcool anda na minha bolsa; mesmo assim, não sei se vou escapar deste virus. Um dia de cada vez e, claro, sem deixarmos que o medo nos vença. Um beijinho e SAÚDE para todos. Obrigada!
      Emilia🙏🌈🌻

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  18. O medo é uma mordaça que nos asfixia a alma , além disso algema-nos fisicamente.

    Um veneno que nos corrói por dentro e nos mina sem refúgio nem consolo. Que muitos vezes até é transferido de quem o provoca para outro objecto.

    No entanto, também é bom ter medo, para que nos salvaguardemos e para que não se corram perigos desnecessários.

    Esse excelente poema de um excelente poeta , é de uma tremenda e triste actualidade e não só quanto a esse virus que fez a Humanidade tomar consciência da sua inerente fragilidade.

    Isto porque parece existirem pessoas com medo de afrontar claramente as ascensão da extrema-direita.


    Te abraço desejando-te um bom Novembro e , por favor , cuida-te.

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    1. Sim, São, o medo é necessário, desde que não deixemos que se transforme em pânico. Eu não sou nada medrosa e por isso facilito muito, quer seja com portas abertas, quer seja com pouco cuidado com a bolsa; tenho tido sorte, mas é bom que aprenda a ter mais cuidado. Mas, agora, Amiga, tenho medo desta pandemia, porque ela ataca de modo muito diverso e nunca sabemos onde o virus está , mas considero que neste caso é bom ter medo; infelizmente, há pessoas que parecem não ter nenhum e não tomam os cuidados necessários . Quanto ao avanço da extrema não
      direita, Amiga, o povo, salvo raras excepções, não vai para as ruas manifestar-se e agora, com esta turbulência toda, estão mais preocupados com a falta de comida do que com a politica; em alguns casos, a situação é tão grave que não dá para pensar em mais nada. São, muito obrigada pelo comentário pertinente e fica bem, com SAÚDE para todos. Um beijinho
      Emilia🌻🙋‍♀️🙏

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  19. Emília, querida!

    Li e reli seu post bem devagar. Há medos que muitas vezes nos protege, já que aquele que não o tem, se coloca muitas vezes, em situações de risco.
    Há também o medo que nos paralisa, que nos faz deixar de viver o dia a dia. Lembro que quando meu filho mais novo nasceu eu passei a ter um medo de coisas bobas, medo que não conhecia antes e nem sabia porque passei a tê-los naquele momento.
    Se passaram alguns anos até que tudo voltasse ao normal dentro de mim e eu enfim, respirasse mais tranquila.

    Gaotei muito da reflexão que encontrei por aqui, através do texto e de alguns comentários que li.

    Abraços com carinho.
    Sônia

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    1. Medo, sempre tivemos e vamos continuar a ter. Por vezes , ele torna-se um impecilho nas nossas vidas por ser exagerado , mas não sendo assim, é bom que tenhamos algum. Engraçado, quando nasceu a minha filha, eu estava com muito medo que não nascesse bem e a razão era pelo problema de saúde que tinha nessa altura o meu filho mais velho; felizmente, ele superou muito bem o problema e a Marta nasceu com saúde como tudo indicava. O medo das mães em relação aos filhos é normal; a preocupação é muita, mesmo quando eles já não estão " sob as nossas asas" ; temos medo que fiquem doentes, medo que passem por dificuldades financeiras, medo que fiquem tristes; mãe olha e vê imediatamente se o seu filho está ou não feliz. Impressionante , o amor de mãe! Sonia querida, espero que estejam todos bem de saúde e que o medo deste virus não vos impeça de levar uma vida o mais normal possivel. Com certeza sabes que por aqui as coisas têm piorado muito e entramos de novo em estado de emergência. O medo aumenta, Amiga! Um beijinho e obrigada pela visita.
      Emilia🙏🌻🥰

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  20. Olá, querida amiga Emília, gostei muito dessa bela postagem, com o poema de Carlos Drummond de Andrade, e o que foi editado no tocante a esse sentimento que vez ou outra nos assalta.
    Quem poderá dizer que nunca sentiu medo?
    Uma boa continuação de semana, Emília.
    Um beijo, cuide da saúde.

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    1. É verdade, Pedro, não há ninguém que possa dizer que nunca teve medo; o medo faz parte da nossa vida, mas, agora, ele é pior por sabermos muito pouco sobre o virus que está a atacar o mundo inteiro. Confesso, Amigo, que estou a ficar preocupada, pois os números de contágios aumentam a cada dia e o estado de emergência voltou a ser decretado. Não sei onde tudo isto vai parar! Estamos confinados, mas, mesmo assim, temos medo . Pedro, muito obrigada pela visita, Cuidem-se! Um bom domingo e beijinhos para os dois
      Emilia🌈🙏🖋

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  21. Querida Emília

    Excelente post com o Poema de Drummond de Andrade, para a nossa reflexão, para falarmos sobre o Medo e exorcizá-lo quase, embora ele se renove a cada momento.

    Cada época é assombrada pelos seus medos. Medo do que está a acontecer e do que pode acontecer. E realmente, agora, com esta pandemia temos motivos mais do que suficientes para ter medo.

    E não só medo de apanharmos a doença como de todas as transformações da sociedade, com desemprego, empresas a fechar, artistas e actividades culturais parados. Enfim, tudo o que implique a movimentação e intercâmbio na nossa qualidade de seres humanos.

    E é importante termos consciência dos cuidados para connosco e para com os outros, obstando à proliferação da doença.

    Desejo-te bom fim-de-semana, minha amiga, junto à Família.

    Beijinhos
    Olinda

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    1. Os números não param de aumentar e, consequentemente, aumenta o medo , como bem dizes, o medo de apanharmos a doença e tambem o medo das mudanças no nosso estilo de vida; há vidas que estarão detruidas para sempre, outras que terão de recomeçar do zero e outras que, infelizmente, desapareceram sem sequer se poderem despedir. Mudanças terriveis na nossa sociedade, querida Olinda! Temos, sim, razões mais do que suficientes para termos medo. Não me considero uma pessoa medrosa, mas, agora estou a ficar com muito medo. Um beijinho, querida Amiga e SAÚDE para todos vós
      Emilia🥰🌻🙋‍♀️

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