quinta-feira, 11 de março de 2010

CONCEITOS...



PRECONCEITOS E CHÁ


"As pessoas costumam dizer que muitas coisas se curam com um bom chazinho quente. Infelizmente a humanidade ainda não encontrou um chá que cure o preconceito, qualquer preconceito, mesmo o preconceito que alguns têm por chá.

Outro dia entrei na comunidade SKOOB do Orkut, um lugar interessante, já que é uma comunidade em uma rede social utilizada para debater outra rede social que parece uma comunidade. Ali havia um tópico que gerou tanta polêmica que acabou sendo excluído

No referido tópico os Orkutskoobianos (acho que se a palavra existisse seria escrita assim), citavam seus escritores preferidos. Lá pelas tantas uma jovem, que não me recordo o nome, escreveu que não gostava de autores nacionais, e essa afirmativa fez com que as postagens pegassem fogo.

Muitos foram aqueles que criticaram a menina. Principalmente porque ela não era muito boa em articular seus motivos, apenas dizia que não gostava e pronto. Era sua opinião final. Vivemos em um País democrático, onde as pessoas podem gostar ou não das coisas, entre elas, das coisas feitas aqui. Mas o bate boca já estava feito.

Daí eu fiquei pensando, por que não gostar de algo daqui? Quando alguém não gosta de brócolis, por exemplo, até dá para tentar entender (mesmo sabendo que um alimento pode ser preparado de inúmeras maneiras, e que alguma delas pode cair no gosto do sujeito desgostoso com aquele tipo de iguaria), mas com a diversidade de autores nacionais, que cobrem todas as áreas da literatura, como alguém poderia simplesmente não gostar do que é escrito aqui, sem que existisse algum motivo concreto para isso?

Então me lembrei da história do homem que não gostava de vinhos nacionais. Ele nem sequer provava os vinhos, tamanha era sua aversão por eles. Um dia este homem viajou para França, que é fabricante de muitos dos melhores vinhos do mundo. Ele foi a um restaurante de lá e chamou o garçom, pedindo-lhe o melhor vinho que eles pudessem ter para servi-lo. O garçom prontamente lhe disse que traria o melhor vinho nacional da adega. O homem levantou irado de sua cadeira, e gritando disse que ele não tomava nenhum tipo de vinho nacional, não importando onde estivesse, e mandou que o garçom fosse buscar um vinho importado.

Enfim, praticamente tudo no mundo se transforma. O próprio universo sofre alterações. O planeta em que vivemos vai se modificando a cada estação. Até nossos corpos vão mudando seus átomos e neurônios com o passar dos anos. As únicas coisas que muitas vezes não mudam, são os conceitos enraizados e transformados em preconceitos na mente das pessoas."

De António Brás Constante

O tempo passa.....o relógio marca a hora, mas não há hora para se acabar com qualquer tipo de preconceito...está mais do que na hora de tirarmos essa palavra do nosso dicionário. Pensemos nisso!

Emília Pinto

14 comentários:

  1. A questão do preconceito, trabalho na secretária da educação de uma cidade da Bahia, pois é, a responsável pelo setor odeia homossexuais, artistas de um modo geral, pois é , essa senhora é educadora.

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  2. Ediney, estamos cheios de casos desses em sectores importantes e quando se trata da educação, então o caso é ainda pior. Como queremos que o preconceito acabe se não sabemos passar essa mensagem aos mais novos. É lamentável! Obrigada pela visita; é muito ter-te por cá. Um beijinho e até breve!
    Emília

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  3. "Por que não gostar de algo daqui? Quando alguém não gosta de brócolis, por exemplo, até dá para tentar entender..."

    hahahahah bárbaro!

    É, eu tenho uma grande amiga que lê um livro por semana, mas apenas em inglês. Ela diz que infelizmente não entende meus textos, nem os autores que gosto e que indico - nacionais - ela diz que não gosta de nada nacional, nem música.

    Eu não sei compreender: se é por falta de contato, de interesse em prestar atenção; ou se realmente é só questão de gosto.

    É muita produção para alguém afirmar: não gosto da literatura alemã, francesa, inglesa, portuguesa...

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  4. Oi Emilia!
    Gostei e vou aprendendo.
    Realmente todo o mundo é composto de mudança, mas coisas há que não mudam por mais que se queira é o preconceito do iggnorante ,enraizou e ficou nada o consegue mover,mentes atrazadas!
    Até breve
    Herminia

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  5. Oi Priscilla, que bom ver-te por cá. De facto não se entende como uma pessoa não entende os teus textos em Português e entende os escritos em Inglês. Sabes, penso que essas pessoas acham que é " chique " ler em Inglês, dá status. Enfim!!!São as tais manias de grandeza, de ser diferente; é um tipo de preconceito ainda mais estúpido que todos os outros. Um beijinho e volta sempre; a partir do dia 13 estarei em Guaratinguetá- S.Paulo, onde vivi muitos anos; voltarei em Abril. Visitar-te-ei no teu cantinho sempre que puder. Um beijinho e obrigada pela visita
    Emília

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  6. Não há chá que consiga curar mentes ignorantes, Hermínia. Nem antibiótico forte!Um brijinho e até já! Ainda bem que gostou do texto! Sabe como é....não podemos desagradar os patrões!!!
    Emília

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  7. Olá.
    Pois é, acho esquisito isso, mas enfim. Ignorância ou pouca vontade em mostrar o seu nacionalismo.
    Belo texto.
    Beijinho

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  8. Se pensares bem, cantinho, acontece nuito e na maioria das vezes é só para pensarmos que são chiques, que conhecem tudo, que são superiores..enfim...aquelas manias que vemos em muita gente, infelizmente.Um beijinho e obrigada pela visita
    Emília

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  9. olá!
    O chá contra o preconceito está uma ideia muito boa...mas o preconceito, é uma visão da qual o ser humano nesta sociedade necessita. Ele ou vive no amor ou vive no medo, e o preconceito faz parte daquele que vive no medo em busca do amor. A sociedade ainda se desenvolve e é em busca desse amor (chá contra o medo) que criamos estes conceitos. Aquele que vive no, com e para o amor deve proclamar a sua palavra e e agir de acordo com ele aceitando assim aqueles que vivem no medo na qual o preconceito faz parte.

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  10. Olá a ambas!

    É pensa que tantas vezes digamos que não gostamos de uma coisa sem sequer antes a conhecer ou então pelo simples facto de a acharmos inferior a outros semelhantes daí que, facilmente achemos que não vale a pena sequer conhecer.
    Que para dizer que não gostamos pelo menos que nos dêmos ao trabalha-lo de primeiro conhecer.

    Talvez esteja a ser demasiado brusca mas para mim isto é pura ignorancia.

    Um beijo grande

    Joana

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  11. Oi Amigas!

    Penso que muitos dos preconceitos são fundamentados na ignorância, estupidez e burrice...
    Já assisti situações caricatas certas "damas" "cavalheiros" em relação a marcas e nacionalidades dos produtos.
    Por vezes a situação é tão ridícula que mais vale ignora-la.

    Boa semana.
    Beijinhos

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  12. Muito obrigada, Que Voa, Joana e Jacarée pela visita e comentários. Hoje não me vou alongar muito, pois a minha mãe faz 80 e estão à minha espera para o jantar. Mando-lhes um beijinho carregadinho de calor aqui do Brasil e também cheio de amizade. Voltarei com mais tempo e visitarei os vossos cantinhos.
    Emília

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  13. Não resisto em contar esta história (verídica) contada por meus pais.
    Um novo rico que queria ser chique disse para a mulher, iletrada como ele:
    -Ó mulher, para sermos da alta, vamos tomar chá todos os dias...andam aí as madames a dizer que vou ao chá em casa de fulana, de sicrana...sejamos iguais!
    -Mas eu não sei como se prepara o chá...
    -Deve se fácil. Amanhã, vais à loja e trazes um quilo.
    No dia seguinte quando a mulher trouxe o chá, deitou-o todo para uma panela para o cozer.
    À refeição, a mulher encheu dois pratos e puseram-se a comer... o marido torceu o nariz:
    -Ó mulher tráz azeite e vinagre a ver se isto vai...
    Mas não foi...foi tudo para o lixo e o homem protestava:
    Raios partem as madames que andam com o chá na boca...para comerem um monte de palha.
    Moral da história: quando se quer ser "chique" e não se tem princípios...não há chá que os valha!
    Beijocas para as duas e boas férias para a Emília.
    Graça

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  14. Oi Graça! Diverti-me muito a ler o seu comentário. De facto não há chá que valha a muitas burrices que se vêem no ser humano. Um beijinho e muito obrigada pelo carinho. As férias aqui no Brasil, na cidadezinha onde morei tantos anos estão a correr bem, felizmente. Até breve!
    Emília

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