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de batismo ou de cartório,
um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
que jamais pus na boca, nesta vida
Em minha camiseta, a marca de cigarro
que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produto
que nunca experimentei
mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
de alguma coisa não provada
por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
minha gravata e cinto e escova e pente,
meu copo, minha xícara,
minha toalha de banho e sabonete,
meu isso, meu aquilo,
desde a cabeça ao bico dos sapatos,
são mensagens,
letras falantes,
gritos visuais,
ordens de uso,
abuso, reincidência,
costume, hábito, premência,
indispensabilidade,
e fazem de mim homem-anúncio itinerante,
escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda,
ainda que a moda seja negar minha identidade,
trocá-la por mil, açambarcando
todas as marcas registradas,
todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser eu
que antes era e me sabia tão diverso de outros, tão mim mesmo,
ser pensante, sentinte e solidário
com outros seres diversos e conscientes
de sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio,
ora vulgar ora bizarro, em língua nacional ou em qualquer língua (qualquer, principalmente).
E nisto me comparo, tiro glória de minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago para anunciar
para vender em bares festas praias pérgulas piscinas,
e bem à vista exibo esta etiqueta global
no corpo que desiste de ser veste e sandália de uma essência tão viva
independente, que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora meu gosto e capacidade de escolher,
minhas idiossincrasias tão pessoais,
tão minhas que no rosto se espelhavam
e cada gesto, cada olhar cada vinco da roupa
sou gravado de forma universal,
saio da estamparia, não de casa,
da vitrine me tiram, recolocam,
objeto pulsante mas objeto
que se oferece como signo de outros
objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim,
tão orgulhoso de ser não eu,
mas artigo industrial,
peço que meu nome retifiquem
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
Carlos Drummond de Andrade
"Já não me convém o título de homem...
Eu sou a coisa. coisamente"
Infelizmente, uma grande verdade, amigos!
Emília Pinto
Olá Emília k, ontem estava a refletir sobre isso com meu esposo;
ResponderEliminarÉ muito complicado em um mundo como esse que é voltado para o ter e ser, conseguir ser totalmente despreendido de alguns valores que considero superflúo, principalmente quando o trabalho nos exige uma certa postura muitas das vezes banal.
Viver uma cultura de massa as vezes é isso a gente vai sendo empurrado e temos que nos adaptar; senão as vezes acabamos nos isolando. Que também acho que hoje em dia do jeito que as coisas
vão sendo traçadas não é de todo o mal.
Solidão e Solitude são coisas bem diferentes k.
Amei seu post!
Tem conversa para muitos dias esse texto.
Bom final de semana.
Regada de uma bela xicara de chá ou café k, aproveito para
agradecer sua presença na casa.
PAZ E BEM.
Muito obrigada Janice. É dificil, sim, não nos deixarmos empurrar por esse avalanche de " novidades " tantas vezes supérfluas. Mantermo-nos fiéis ao nosso gosto, à nossa maneira de ser é uma tarefa árdua, mas acho que vale a pena. Querida amiga desejo-te um bom fim de semana e logo mais irei aquela tua confortável casinha tomar um cafezinho; aqui está frio, mas aí não e vai saber-me bem sentir esse calorzinho. Até... Beijinhos
EliminarEmilia
rsrsrsss, esse poema de Drummond é genial! Tenho aqui no livro 'A Palavra Mágica'.
ResponderEliminarFui lendo, descendo ansiosamente e admitindo que somos todos 'garotos e garotas' propaganda, de graça, de indústria universal e de tudo, desde um boné, camisetas, bolsas, malas e tudo o mais que usamos e compramos. Tudo, até as sacolinhas do supermercado vêm faceiras com um enorme nome em nossas mãos. Sim, compramos e fazemos propaganda de graça! Hoje sou bolsa, sou batom, sou tudo que me fazem usar.
E, por fim, somos todos umas coisas 'coisamente'!!
Parabéns, amiga, essa postagem foi maravilhosa. Só o Drummond...
Beijo grande!
Gosto muito do " Palavra Mágica" e, perante o que escreve aqui, Carlos Drummond, não devemos desistir de manter a nossa identidade, buscando sempre essa " palavra mágica " E muito, muito dificil, pois tudo nos puxa para as " marcas" e, infelizmente, há pessoas que nos olham de cima abaixo, procurando um jacarezinho no bolso do casaco, ou um Lois Vitton na nossa bolsa, etc, etc. Nāo penses que estou a brincar, Tais, há quem tenha esse " descaramento " e me olhe de cima abaixo, mas.... pouco me importa isso, de verdade. É inevitável que sejamos " garotos propaganda " pois até quando vamos às compras, lá vem o nome do supermercado na sacola. Ontem fui comprar um presente de aniversário e lá sai eu da loja com uma sacola lindacom o nome nela estampado; a sacola valia mais que o presente. Amiga, continuemos a tentar sermos nós mesmas, por mais que isso custe. Ser coisas, " coisamente " nāo é lá muito agradável!!! Adotei esta palavra! Só mesmo Drummond!!! Beijinhos, Tais e obrigada!
EliminarEmilia
Que maravilha esse poema! Adorei! Não conhecia! beijo, lindo fds! chica
ResponderEliminarTambém não conhecia, Tais, mas achei muito oportuno para a sociedade actual onde o parecer conta muito. Beijinhos, Chica e obrigada
EliminarEmilia
Fantástico este poema que não conhecia, e que nos traz algo em que nem sequer pensamos, mas que está presente no nosso dia-a-dia.
ResponderEliminarUm abraço e bom fim-de-semana
Eu também não o conhecia, apesar de gostar muito de Carlos Drummond de Andrade e achei-o muito interessante, precisamente, Elvira, por nunca pensarmos nisto que ele diz; na realidade andamos a " vender " os produtos dos outros de graça. Por muito que nos custe aceitar, o certo é que ele está cheio de razão quando nos compara a " coisas "; há que contrariar essa tendência , procurando guiarmo-nos pela nossa própria cabeça e nāo pela dos outros. Muito obrigada, amiga, pela visita e desejo-te uma bela semana. Agora, deixo-te um beijinho de boa noite.
EliminarEmilia
Como é saboroso vermos corroborado aquilo que pensamos ,[ e neste caso por Carlos Drummond de Andrade ]
ResponderEliminarCompletamente de acordo com o que ele quer dizer .
Começa a ser difícil . . . mas compensa o " trabalho " de sermos " nós " .
Um beijo grande , Emília , um bom fim de semana e obrigada por esta excelente partilha ,
Maria
Também acho, Maria, " começa a ser dificil, mas compensa " o trabalho " de sermos nós mesmos. Há quem não entenda a nossa atitude e muitas vezes somos olhados como " seres estranhos", mas , com o tempo fui aprendendo que esses " olhares " de nada valem; em geral vem de pessoas que, na cabeça só têm coisas. Amiga, muito obrigada pela visita e uma boa semana, se possivel, com alegria e saúde. Beij7nhos
EliminarEmilia
O retrato fiel do Mundo... E, quando tentamos ser "nós, pessoa", dizem que somos estranhos, malucos...
ResponderEliminarObrigada pela partilha... não conhecia este poema...
Beijos e abraços
Marta
Como disse acima, Marta, essas pessoas que nos acham " malucos, " em geral não valem nada e por isso de nada vale também aquilo que pensam ou dizem. Um beijinho e uma boa semana, não desistindo nunca de seres aquilo que realmente és. Obrigada.
EliminarEmilia
è sempre più difficile essere ciò che siamo senza dover scendere a compromessi, adattarci ad un mondo che ci rende sempre più incapaci di essere in un mondo che ci vuole sempre più soli...buona domenica carissima è sempre un piacere leggere le tue emozioni
ResponderEliminarE é também um prazer para mim receber a tua visita, Angeloblue. É, sim, muito dificil resistirmos à tentação do consumismo e da moda, mas devemos tentar para que não sejamos apenas coisas. Beij7nhos e muito obrigada. Uma boa semana
EliminarEmilia
Que bem escrito e com tanto significado este poema, querida amiga!
ResponderEliminarConfesso que não conhecia, e tive de o ler duas vezes para interiorizar o que Drummond pretendia e pretende transmitir.
Os anúncios, toda a propaganda disto e mais aquilo, "colam-nos" ao produto e quase deixamos de ter "mente pensante", tornando-nos, por vezes, marionetas.
Na moda (esta é relativa) ou não, o importante é sermos nós, pessoas com virtudes e defeitos.
Beijinhos e boa semana.
Querida Céu, és tu mesmo??? Estou pasmada! Um comentário tão pequeno!!! Estou habituada às tuas " dissertações " sobre o assunto e estranhei, mas... pequeno e assertivo como convém. Não sou diferente dos outros, mas não sou muito de modismos nunca compro por estar na moda, mas sim quando gosto. De qualquer modo, sou, inevitavelmente uma " vendedora ambulante ", pois como bem dizes " todas as propagandas se colam a nós" muitas vezes numa simples sacolinha que carregamos com algumas compras. Amiga, tenho andado um pouco " ausenye " do teu céu, mas prometo que logo, logo, lá irei tomar um café, pode ser? Se quiseres também pode ser chá!!! Beijos e obrigada
EliminarEmilia
Sou eu, inteirinha, todinha, como dizem na tua 2ª Pátria, mas sabes que, pra mim, há temas e temas, embora eu saiba e por (de) formação profissional (rs) colocar palha, aliás, sou "perita" na "tarefa", não fugindo nunca ao tema. Na faculdade, e qdo fazíamos trabalhos em/de grupo, era sempre eu ia quem fazia a Introdução e a Conclusão, para além de "meter buchas", qdo necessário, pke o que o colega ou a colega tinha escrito estava mto sucinto. Éramos 4 raparigas e um moço, que quase não fazia pesquisa nenhuma e que no penúltimo dia, aparecia com uma folhinha A4 com uns tópicos. Evidente que tinha "que lhas cantar", pke sabia que os fins de semana dele eram pra curtir e não para trabalhar/estudar/pesquisar e além disso, o "menino" vivia na linha do Estoril e dizia-se Maoísta Trotskista (finais dos anos 80). Ora, isto combinava mto bem com a atuação dele e com a minha forma de pensar, politicamente, todavia, o "piqueno" sempre teve por mim uma paixão assolapada. Vá lá a gente entender o coração, como ele afirmava!
EliminarÉs como eu, agora, embora nos meus 20/30 anos, fosse quase o oposto. Comecei a usar saltos altos aos 15 anos e a maquilhar-me exageradamente e o que os meus pais gastaram em roupa, calçado e acessórios pra mim, nem se fala! Acho k tudo tem o seu tempo, Milinha, e agora entradota (rs), já compro ténis confortáveis, das Horas Cómodas, sapatarias Guimarães, passo a publicidade e sapatos ou botas com saltos só de 4/5 cm.
Sei que nem tu, nem eu, agora, andamos de espartilho e saias a fazer froufrou (rs), mas acompanhamos minimamente a moda. Por outro lado, compreendo que quem tem filhos e netos, como tu tens, viva mais em função deles e pra eles, mas como não tenho, aplico esse mimo e atenção em mim.
Sabes que eu detesto comprar uma peça de roupa e ter lá a marca, Pierre Cardin, Salsa, Mango, por exemplo, e então o que faço: retiro ou mando retirar. As pessoas ficam espantadas, mas eu não tenho k andar com ninguém nos braços, pernas, pés ou pescoço.
Qdo me dão sacos interessantes, viro a propaganda pra dentro e "tá" feito. Qdo compro óculos de sol, é k é pior, pke o ano passado comprei uns Dior e o "D" parecia a roda de uma locomotiva (rs), mas mandei tirar e colocaram o símbolo mto pequenino.
Estiveste ausente do meu blogue, estiveste, mas foste a 1ª pessoa a comentar. Merci e aparece mais vezes, qdo te apetecer, embora o poema seja e será por mais uns tempos, o mesmo. Não tenho intenções de escrever nada acerca do natal, pke não quero ser boazinha só nessa época.
Então, tu tomaste café (viciada -rs) e eu um chá verde com palitos la reine. Do you remember (isto estará bem escrito)?
Beijos e um abraço sincero.
PS: ando pra te perguntar isto há séculos: por que não pões uma foto tua no perfil do teu blog? Acho-te tão "desmaquilhada", por dentro e por fora, que só veria nisso vantagens, ou seja, "conduziria a bota ca perdigota". Pensa nisso!
Agora, sim, Céu, és tu mesmo! O assunto parece que não te dá motivos " para palha ", mas conseguiste arranjar e fiquei a conhecer-te mais um pouco. E, como nas respostas todas que dei já falei muito de mim, só vou aludir ao ultimo parágrafo do teu comentário. Quem me criou o blog e quem faz qualquer alteração nele é o meu filho e, quando o iniciei tinha comigo uma colaboradora que há uns aninhos saiu e talvez por isso não tenhamos optado por fotos. Na realidade, sou uma pessoa totalmente " desmaquilhada " por dentro e por fora; podes não acreditar mas nunca uso maquilhagem, só uma vez me pintei que foi no casamento do meu filho; só uso um creme e nada mais; por dentro posso considerar que também não uso, pois sou sincera e digo sempre o que penso, claro, tentando nunca magoar as pessoas com essa sinceridade; aprendi que com algumas mais vale ficar calada . Quanto à foto, creio que não te farei a vontade, pois não acho nada importante conhecerem a minha " fachada ". Para me conheceres vais ter de vir aqui ao norte para tomarmos um chá e " batermos um interessante papo " Céu, muito obrigada por teres voltado cá e desejo-te saúde e momentos sempre agradáveis. Beijinhos
EliminarEmilia
Um poema que ao meu ver tem endereço certo; aos adeptos do modismo!
ResponderEliminarInstigante!
Drumond tem razão!
Se pensarmos bem, Dinå, todos somos atingidos por esta avalanche de anúncios incentivando-nos ao consumo e, por mais que tentemos evitar caimos algumas vezes. Imagina, aqui em Portugal os centroa comerciais já estão enfeitados para o Natal e já se nota alguma correria atrás das compras para esta festa religiosa. Não tarda nada e as decorações aparecerão em Outubro. Muito obrigada, amiga e desejo-te uma semana abençoada. Beijinhos
EliminarEmilia
Olá Emília é a era da massificação, como se fossemos todos iguais, e se nos mostramos diferentes, somos rejeitados e isolados, porém é melhor só do que mal acompanhado e nos tornarmos coisa.
ResponderEliminarAmei sua escolha.
beijinhos, Léah
Também acho, Leah, o que importa é que continuemos a ser pessoas, individuos com as suas próprias caracteristicas e gostos e o que os outros pensam não nos deve afectar. Ser coisa, coisamente, é triste! Obrigada, amiga e que tudo esteja bem contigo e com os teus. Beijinhos
EliminarEmilia
Um poema fascinante de Carlos Drummond de Andrade. Realmente, tão "etiquetados" somos anunciadores itinerantes e consumidores de "marcas". Lembro-me de um anúncio que passava na televisão, em que a vendedora insistia tanto nas etiquetas que a compradora às tantas respondeu: Está bem, levo a etiqueta...
ResponderEliminarUma boa semana, minha Amiga.
Um beijo.
Sabes, Graça, às vezes dá-nos vontade de agir como essa compradora, levar a etiqueta e deixar o resto, tal é a insistência do vendedor. Não me lembro desse anuncio, mas está muito bom.. Depois que li este poema de Carlos Drummond fiquei ainda com mais vontade de usar o saquinho que anda sempre na minga bolsa; é meu e não anuncia nada e além do mais, evita o desperdício em sacolas tanto de plástico quanto de cartão. Não poluimos e não somos tanto " anunciadores itinerantes ". Amiga, muito obrigada pela visita e aqui te deixo um beijinho de boa noite.
EliminarEmilia
Quer gostemos ou não as etiquetas mais ou menos famosas fazem parte da nossa vida., consequência de evolução.
ResponderEliminarEspero, sinceramente, que a tua mãe melhore.
Obrigada pelo teu carinho.
Um beijinho especial.
Lisa
É verdade, Lisa, não há como fugir das etiquetas; o que é preciso é que prevaleça a nossa vontade e o nosso gosto. Quanto à minha mãe, continua nos cuidados intensivos, embora o caso não seja muito grave, mas ! Sabes como é, a idade complica aquilo que é simples. Obrigada pela tua atenção e carinho. Um grande abraço, amiga!
EliminarEmilia
Olá Emília!
ResponderEliminarLamentavelmente, conheço pouco da obra de Carlos Drummond de Andrade. Espevitaste a minha curiosidade com este interessante poema. Obrigada!
Lamento saber que a tua mãe teve uma recaída. Imagino como estás a sofrer, amiga. Coragem, tudo vai correr bem.
Desculpa o meu silêncio - ando, assim, meio "coisa"...
Beijo.
Querida Teresa, muito obrigada pelo carinho Acabei de saber agora que a mãe está muito melhor e que vai para o quarto. O pior já passou! Fiquei muito contente por te ter espevitado o interesse por Carlos Drummond, pois sei que vais adorar conhecê-lo melhor. Espero que já não estejas " meio coisa ", embora considere que isso é normal, ainda mais quando o frio comeca; nāo gosto de frio e ele deixa-me também " meio coisa. " Beijinhos e mais uma vez, muito obrigada.
EliminarEmilia
Boas notícias, querida.
EliminarObrigada pelo carinho.
Recebe um beijo no coração.
Teresa
Muito obrigada, Teresa! És uma querida! Para o teu coração vai um beijo meu de grande amizade.
EliminarEmilia
ResponderEliminarpoema que não desiste de SER. e um Poeta que não verga!
mercadoria nos pretendem! mas há sempre um grito, uma emoção, uma resistência, um grão de luz que nos impele a dizer não e lutar por uma vida outra, numa luta desigual, sem dúvida, mas tão necessária, e tão óbvia, atrevo-me a dizer.
grato, Emília. por este pequeno nó na minha garganta
beijo
" Não desistir de SER deve ser a nossa " Palavra mágica " ( lindo poema de Carlos Drummond ) , uma palavra que devemos buscar até que a encontremos. É bom sentir " um nó na garganta " quando lemos um poema, olhamos o mar, apreciamos a beleza de uma simples flor; é sinal de que estamos atentos à vida, aos seus belos pormenores e, se te proporcionei essa sensação, Manuel, acredita, fico feliz. Muito obrigada pelo carinho e desejo-te belos momentos a cada dia Beijinhos
EliminarEmília
Oi Emília! Drummond nasceu bem pertinho de onde nasci, e tenho o prazer de também ser mineiro das Minas gerais. Então, nos tornamos arvores enfeitadas, ou prateleiras, onde se vendem as tantas ideias expostas....Somos propagandas de uma vaidade que nos tira a identidade de sermos nós mesmos. Penso que tudo isso é uma lavagem cerebral que nos foi feita com o passar dos anos. Imagine usar etiqueta exposta para que todos saibam que usamos a marca da moda. A que ponto chegou a vaidade humana! Nos tornamos coisas, a serviço das coisas que nos atraem para a mediocridade....Precisamos sim, nós resgatar para a nossa singularidade, pois e´isso que e´bonito. Deixo um grande beijo. Por enquanto, não há atualizações no curvas, retas e esquinas. Um apertado abraço!
ResponderEliminarÉ verdade, Beto, a vaidade humana às vezes leva a situações bem ridiculas. Imagina que uma vez, uma pessoa veio jantar a minha casa e, quando sentou virou o prato ao contrário para ver se era " Vista Alegre ", a marca mais conceituada de louça aqui em Portugal ; fiz de conta que não vi, pois é um senhor conhecido há muitos anos e não teria problema em lhe dizer que louça parte e portanto não precisa de ser carissima. Como estavam mais amigos à mesa, achei melhor ficar calada. Beto, muito obrigada pela visita e até breve lá nas " curvas, retas e esquinas". Um beijinho e um bom fim de semana
EliminarEmilia
Um poema maravilhoso do Drummond, bem real. Fazemos parte dessas etiquetas queiramos ou não. Quando o produto estiver em destaque, na moda, as pessoas adora fazer a propaganda, exibir o produto, principalmente se tratando de roupas, bolsa, cintos, sapatos, além de pagar caro, ainda faz a propaganda. Queiramos ou não, somos direcionados a divulgar o produto sem perceber, e de graça.
ResponderEliminarAdorei a sua escolha Emília.
Um beijo!
Continuação de boa semana!
É isso, Smareis, fazemos propaganda dos produtos e de graça. Mas, o importante é que nāo nos deixemos levar pelo consumo exagerado, comprando tudo o que nos entra pela casa dentro, muitas vezes produtos que não têm utilidade nenhuma. Saber resistir e comprar só aquilo de que preisamos e que gostamos deve ser a nossa preocupação. Obrigada, amiga e um bom Domingo. Beijinhos
EliminarEmília
Passamos a ser "artigos industriais"...
ResponderEliminarGrande poema de um grande poeta. Obrigado pela partilha.
Bom fim de semana, amiga Emília.
Beijo.
Passamos a ser " artigos industriais " e, como está escrito nas margens daquele teu rio ( às vezes tem margens, sim...) somos como um rebanho de cordeiros que, mansos e de cabeça baixa seguem o seu pastor. Temos que lutar contra isso, Jaime. Ontem fiz umas compras e este poema não me saía da cabeça. Beijinho e obrigada
EliminarEmilia
Um poema maravilhoso . Adoro
ResponderEliminarAbraços
Obrigada, Alfacinha, pela visita. Fico muito feliz que tenhas gostado. Um beijinho e desejo-te uma boa semana.
EliminarEmilia
Um poema extraordinário, sobre toda esta indústria, que nos inunda de coisas, e nos convence, de que não seremos felizes, nem saberemos viver sem elas...
ResponderEliminarE pensando bem... andar na moda... é vestir um uniforme, que nos convence... de que parecemos o produto certo... para um determinado fim...
Magnífica partilha, Emília! Confesso que não conhecia este poema de Drummond, e adorei descobri-lo da primeira à última palavra...
Beijinhos! Desejando um óptimo fim de semana...
Ana
Olha, Ana, eu gosto muito de Carlos Drummond, mas também não conhecia este poema e achei-o tão pertinente que resolvi partilhá-lo; chama-nos a atenção para um facto que nunca nos passou pela cabeça ( nunca tinha pensado nisso..) , mas que é real. As novidades são tantas a entrarem todos os dias pela nossa casa adentro que fica dificil resistir, mas agora já estou muito mais atenta e desconfio de tantos milagres que determinados produtos fazem. Quanto à moda, há alturas em que temos dificuldades em escolher as roupas que desejamos, pois só vemos coisas estranhissimas e para pessoas magerrimas. Enfim....é preciso bastante paciência para conseguirmos encontrar aquilo que realmente nos agrada e que condiz com a nossa maneira de ser e também com o corpo que temos. Ana, muito obrigada pela visita e fiquei muito contente por te ter agradado esta minha publicação. Uma boa semana, com muitas oportunidades para as belas fotos com que nos presenteias aí em tua casa. De certeza que estarei aí brevemente para as apreciar; até lá, amiga. Um beijinho
EliminarEmília
Querida Emília
ResponderEliminarHahaha!!!
Lindo, lindo o poema de Drummond. Só mesmo ele para nos acordar dessa forma de massificação e tu foste, aqui, o veículo. Muito obrigada.
Sabes uma coisa em relação às etiquetas que me deixa de boca aberta? É quando elas estão cosidas do lado de fora da roupa para que o seu portador possa vangloriar-se do preço e altíssima refinação do produto que leva sobre si. É que nem sempre nós, o comum dos mortais, temos aquele olho fino para distinguir que umas calças rasgadíssimas e envelhecidas ou uma t-shirt toda amarfanhada, e um vestido idem, custam uma fortuna. Na dúvida está lá a etiqueta. Noblesse oblige :)))
Também, isso de sermos os transportadores da publicidade das marcas, sejam elas sofisticadas ou não, me dá nervos. Então quando, ainda por cima, temos de comprar o saco acho que é das coisas mais sem nexo que existem. Infelizmente, nem sempre me lembro de levar na mala um saco a fim de cortar o mal pela raiz. Com as águas que compramos é o mesmo escândalo. O problema é que nós muitas vezes permitimos isso: uma garrafinha de água, descaracterizada, levada de casa faria com que esses negócios não prosperassem tanto.
Minha amiga, muito obrigada pela tua presença lá no Xaile. Sei que ultimamente tenho "exigido" muito dos meus leitores, publicando quase todos os dias, ou dia sim dia não.
Desejo as melhoras à tua mãe e o seu rápido restabelecimento.
Hoje estou precisando de colinho. Imagina!!! Tenho a minha filha a viajar, doze horas de voo. Não vejo a hora de ela me dizer: Mãe já cheguei!
Beijinhos
Olinda
Querida Olinda, antes de mais, espero que já estejas mais sossegada depois de já teres ouvido aquela vozinha dizendo " Mae, já cheguei ". Coração de mãe é assim e é por isso que se diz que filho anda nove meses na barriga e a vida toda na cabeça. Uma grande verdade!!!
EliminarTens toda a razão, amiga, no que se refere aos sacos; temos de os pagar e lá vimos nós fazendo publicidade ao establecimento ou ao produto, e é por isso que na minha bolsa anda sempre um saquinho para carregar uma ou outra compra que precise de fazer durante o dia. Outra coisa que me irrita é ir comprar uma prenda e ter de a trazer embrulhada num papel com o nome da casa e depois colocada numa grande sacola com o nome por fora; às vezes comento: " bem que podiam vender o produto um pouco mais barato e dispensar esta sacola que deve custar bastante e que acaba no lixo ": às vezes apetece-me dizer que nāo quero o saco, mas não tenho coragem e aí reside também o problems, Olinda, nós aceitamos essas coisas sem
reclamar, embora nos desagradem e, por isso, somos responsáveis por muitos dos disparates que vemos por aí. Temos de ser mais corajosos e fazer a nossa parte para que algo mude. Sabes, este poema já começou a ter reflexos nas minhas atitudes; ontem fui fazer umas comprinhas e, acredita, as palavras de Drummond não me saíam da cabeça. De vez em quando precisamos de uns " abanões ", não é amiga?
Quanto à minha mãe, felizmente melhorou e já está em casa; o meu irmão mandou-me uma foto dela, sentada no sofá a fazer tricô e o aspecto dela é bom. Muito obrigada, pela atenção, Olinda. Agradeço-te também a visita e o comentário tão assertivo sobre este assunto. É muito bom quando os amigos dão a sua opinião sobre o tema publicado e tu fizeste-o com muito pormenor. Uma boa semana, querida amiga e até breve aí no Xaile. Beijinho
Emilia
Boa noite, querida Emília
EliminarSim, ela chegou bem e deu logo notícias. Foi um peso que me tirou de cima. Mas, já se sabe, as mães são incansáveis nas suas preocupações :)Agora são os perigos do dia a dia...
Obrigada pelo apoio.
Beijinhos
Olinda
Que bom Olinda! Fiquei muito feliz por saber e não te preocupes, pois vai correr tudo bem. Claro, como mãe, sei o que sentes, mas.... temos que ter confiança nos filhos e acreditar que eles sabem resolver muito bem os problemas que possam surgir. Obrigada por teres tido o carinho de me informar. Beijinhos
EliminarEmilia
Somos uma espécie de ambulatório gigante. E como se não bastasse, as marcas multiplicam-se inventando outras formas de transportar coisas e nome de coisas. Deixa-se de ser gente, para ser uma referência de coisa.Talvez por isso mesmo, o Homem( alguns Homens) se demita da sua nobreza para mostrar que também pode CRIAR. E coisifica-se com os robots a que chamam de ineligência artificial. Artificial? Então não é inteligência. Será uma "coisa" que ele inventa(rá) para transformar a ele...em coisa. Sem personalidade e o mais importante, AFECTOS.
ResponderEliminarMundo Novo? Quem sabe se COMEÇAR DE NOVO?
Grande Drummond! Obrigada e adorei, querida amiga, Emília!
Beijinho
Querida Manuela, muito obrigada por teres tocado aqui num ponto que nos deve afligir muito, a inteligência artificial e os robôs. Este assunto, como diz a nossa amiga Olinda " dá-me nervos", porque o homem cada vez tem menos empregos e fica a " armar-se " em criador, criando uma máquina à sua semelhança para que faça tudo por ele. Como bem dizes está aí a aparecer uma COISA que irá transformar o ser humano numa coisinha insignificante e isto assusta, amiga. Daqui a alguns anos serviremos para quê? Será uma maquina a dar-nos ordens?Com certeza! A nós caberá obedecer ! Essse mundo novo tão apreciado e ansiado por muitos já não será para nós, mas também nāo fico com pena, Manuela. Por outro lado, também acredito que o homem saberá adaptar-se aos novos tempos e acabará por encontrar uma solução; ele tem a capacidade de destruir mas,ao mesmo tempo tem uma capacidade enorme de realizar coisas
Eliminarfantásticas. Acreditemos que assim será, Manuela. Gostei muito que tivesses abordado este aspecto da " coisificação " do ser humano, pois é muito mais sério do que carregar etiquetas de um lado para outro. Transformar a nossa inteligência, a nossa sensibilidade, as nossas emoções em " coisa " é assustador ! Obrigada! Desejo-te momentos bons em cada um dos teus dias e que a saúde nāo ge falte. Um beijinho
Emilia
Amo Drummond! Gostei de cá estar! Um abraço
ResponderEliminarQuerida Luiza, muito obrigada por visitares o Começar de Novo. Espero que tenhas gostado e que voltes mais vezes. Um beijinho e até breve,
EliminarEmilia
Passando para dar um olá...
ResponderEliminarBoa continuação de semana.
Muito obrigada, amiga. É muito bom receber um carinho dos amigos e aqui te deixo também os votos de dias confortáveis, com saúde e alegria. Um beijinho e boa noite.
EliminarEmilia
Excelente escolha, não conhecia este poema de Carlos Drummond de Andrade, é lindo.
ResponderEliminarBeijinhos
Maria de
Divagar Sobre Tudo um Pouco
Olá Maria! Fico muito contente que tenhas gostado destas palavras de Drummond tão actuais na nossa sociedade. Desedo-te tudo de bom e agradeço-te muito a visita. Um beijinho
EliminarEmilia
Bom dia Emília , venho deixar um forte abraço , e dentro dele votos de um bom fim de semana ,
ResponderEliminarMaria
Sempre muito simpática, Maria! Muito obrigada e desejo que a tua semana tenha momentos de grande alegria e que a saúde nāo falte. Muitos beijinhos
EliminarEmilia
Passei para ver as novidades.
ResponderEliminarAproveito para te desejar um bom fim de semana, amiga Emília.
Beijo.
Ainda não tenho novidades, querido amigo, mas, gostei de te ver por aqui. Uma boa semana e até breve, aqui ou lá junto àquele rio, na margem, de preferência ensolarada. Beijinho
EliminarEmilia
Como tem razão , o poeta....
ResponderEliminarBeijinhos, linda, feliz domingo e semana a condizer :)
Tem sim e muita, querida São. Desejo-te uma semana de sucesso em tudo o que te propuseres a realizar e que a saúde não te falte. Beijinhos e muito obrigada.
EliminarEmilia
Simplesmente demais!Foste muito feliz na escolha!
ResponderEliminarQuerida Izildinha, fiquei muito feliz com a sua vista ao Começar de Novo e espero que voltes mais vezes. Ė sempre bom quando os amigos gostam das nossas escolhas. Muito obrigada. Uma boa semana e um beijinho
EliminarEmilia
Venho do blogue da Chica...
ResponderEliminarNão sei como me escapou este interessante 'post', mas ando doente, com crises quando me encontro pior...
Gostei muito esta ironia de Drummond, eu que tenho horror a todas as etiquetas, mesmo as da Lewis...
Está genial, como não podia deixar de ser.
Abraço grande... Beijinhos.
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