quarta-feira, 15 de junho de 2011

VAI UM PEQUENO SERMÃO?

Esta tradição,tão enraizada entre muitos pais e mães,é um dos maiores mitos da disciplina.Desenganem-se todos:os sermões,pura e simplesmente ,não funcionam.Depois de um sermão começar, a criança "desliga" antes de acabarmos a segunda frase,pois não consegue aturar mais do que algumas frases diretas,simples curtas e simpáticas..Esta,sim,é a linguagem que os nossos filhos entendem.
As crianças,principalmente as mais novas,pensam de uma forma egocêntrica e concreta,pelo que a nossa linguagem tem de se adaptar a elas,se queremos ser eficazes na mensagem a transmitir.Grandes e demoradas considerações sobre o bem e o mal são completamente ineficazes.Se fazemos considerações muito elaboradas, elas perdem os pontos principais.O ideal é a criança perceber o (pouco) que lhe dizemos e conseguir antever e chegar ela própra às conclusões, sem estas precisarem de ser ditas por nós.Desta forma aprendem muito melhor o que lhe queremos transmitir.As melhores oportunidades para comunicar são geralmente as mais simples:enquanto vamos de carro para a escola,quando estamos a pôr a mesa para o jantar,a arrumar o quarto ou a brincar.Estas são oportunidades a agarrar,em que a criança ouve o que lhe queremos dizer de uma forma informal,descontraida e geralmente eficaz.
O sermão,mesmo bem intencionado,não ensina a criança a resolver o problema por si,e pode mesmo fazê-la sentir diminuida ,envergonhada ou incompetente por não ter sido capaz de resolver a situação sozinha..Desta forma, o sermão impede a criança de tomar as suas decisões, boas ou más e de aprender com elas.Impede que os nossos filhos desenvolvam competência para a resolução ddos problemas, enquanto destroi a confiança neles mesmos. Acentuar a imcompetência é uma das melhores formas de destruir a confiança.O melhor que temos a fazer é falar pouco, de uma forma clara e concreta e ajudar as crianças a dsecobrirem as suas forças que as podem levar a resolver os problemas. O nosso objectivo deve ser o de transformar um falhanço não num drama mas numa oportunidade de aprendizagem.
Por vezes temos de puxar pela imaginação quando queremos ensinar algo aos nossos filhos. Como regra, é importante perceber que a criança assimila muito mais facilmente qualquer ensinamento se for ela a chegar a ele,ao contrário de simplesmente ter escutado os pais num pequena dissertação sobre o tema.O melhor é guiar a criança ao longo da conversa para que cada passo em frente seja dado por ela até chegar à conclusão do que pretendemos e tomá-la como sua. É como se tivessemos um guião escondido e levassemos a criança através dele até que ela chegue(brilhantemente) à conclusão certa.
Noutros casos podemos explorar situações hipotéticas."O que fazias se..."pode levar a criança a perceber que determinadas opcções acarretem determinadas ´consequências.O Pai ou a mãe podem mesmo fazer um papel enquanto a criança faz outro,como num teatro simulado. Esta é uma forma criativa dos pais ensinarem e da criança aprender, pois não teme qualquer represália uma vez que tudo não passa de uma encenação..Mas, ao mesmo tempo, vai assimilando qual a atitude correta que terá mais facilidade em pôr em prática quando uma situação real acontecer.
Por fim, podemos tirar partido dos multiplos estimulos a que os nossos filhos estão sujeitos, como a televisão, a rádio ou os jornais.Ver em conjunto um programa(ou uma novela) e ir discutindo se as atitudes que presenciamos são ou não as mais coretas pode ensinar aos nossos filhos muito sobre a forma como vemos a vida e mostrar-nos a nós próprios muito da forma como eles encaram a sua vida e os seus problemas.

(BY Paulo Oom,Pediatra da Clinica Gerações)

Ps.Sei que tirei este "sermão" duma revista, mas, acreditem...já não me lembro de qual. No entanto, tenho a certeza de que aprendi alguma coisa.

Até breve
Herminia

15 comentários:

  1. Olá, querida Hermínia

    Uma grande lição retirada deste texto: não cedermos à tentação de dizer as coisas em catadupa mas de forma apreensível para as crianças, ajudando de forma responsável na formação da sua personalidade.

    A escolha do momento certo é deveras o segredo para que nos dêem atenção, para que as nossas palavras possam surtir efeito.

    Obrigada, Hernínia, pela postagem deste texto tão educativo. Os pais como educadores precisam de apoio porque as coisas nem sempre são fáceis quando se trata de formar carácteres.

    Beijo
    Olinda

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  2. Olá

    Não adiantam pressões nem exageros. Tudo tem o seu tempo, dito com tempo e forma adequada à criança.

    Bjs.

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  3. Oi Olinda!
    Guardava há muito este texto, e achei por bem expô-lo ,serviu-me, aprendi, porque normalmente "sou chatinha", pois quando repreendo,parece que ninguém ouve, e é isso mesmo que acontece a fase da saturação.
    É bom para os pais que por aqui passarem e para os avós, pois temos a nossa quota parte na formação da criança, os pais trabalham, e os avós sempre vão amparando.
    Até breve e obrigado por ter vindo
    Herminia

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  4. Oi Lisa!
    Concordo consigo ,tudo tem o seu tempo,mas os perigos são tantos, e o nosso medo leva-nos (falo por mim) a cair no exagero.
    Daí os tais sermões passarem por vezes ao lado!
    Como já estou na segunda fase (avó) vai encaixar ainda melhor, aprendi esta bela lição.
    Obrigada por ter vindo e até breve
    Herminia

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  5. Oi Hermínia. Adorei o texto e por isso não vai nenhum sermão....de quando em vez lá vai um sermãozinho, pois a gente não é de ferro e, embora saiba que não é a melhor solução, além do sermão vai alguma coisa mais. Mas, o autor do texto está certo; poucas palavras e firmes é o melhor remédio. Um beijinho e parabéns pela escolha. Até breve, patroinha!
    Emília

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  6. Oi Emilia!
    Éspero que todos se encontrem bem!
    Não demore...o blogue chama por si....
    Éste texto obriga-nos a pensar , realmente o Senhor tem razão: isto de andar a pregar aos peixinhos ,tem que se lhe diga, agora aprendi um pouco!
    Continuação de Boas Férias, se tudo correr bem ,começo por Marrocos a l5 de Julho e voltarei a casa a 1 de Setembro!
    Bem isto se tudo correr bem, como sabe de quando em vez acontece-me...e eu aterro!
    Beijinhos para todos
    Até breve
    Herminia

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  7. Embora não tenha tido filhos, achei o texto interessante e lembro-me que, em pequena, detestava que me dissessem "Porque eu disse que era assim", sem qualquer outra explicação.
    Até já
    Beijos e abraços
    Marta

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  8. Educar os filhos é uma arte que vamos melhorando com a experiência.
    Informar e formar um filho é uma constante aprendizagem. Para eles e para nós.
    E porque eles são o nosso tesouro, há que os tratar comno tal. E quantas vezes nos esquecemos disso?
    Um grande abraço.

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  9. Os meus parabéns pelo lindo texto educativo, apesar de nunca ter tido filhos, não trocava a velha forma de ensino pela de agora, pois a mesma dava uma certa educação que hoje já não existe e os pais de hoje não sabem dar ou não têm tempo para acompanhar o crescimento/educação dos seus filhos, por isso é que os "sermões" são dados dos filhos aos pais... Os jovens andam revoltados e na má vida porque algo vai mal na Sociedade.
    Beijos amigos

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  10. Oi Marta !
    Lá em casa ,nem se perguntava porquê!
    Era assim, porque era assim, agora sempre há uma explicação, é preciso ser na horta certa, e há também um certo entendimento, a não ser que a criança ou adolescente tenha uma personalidade "complicada", também há muitos casos, infelizmente.
    Até breve e volte
    Herminia

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  11. Oi Isabel!
    Term toda a razão!
    O estragar e educar, andam tão juntas, não queremos estragar, mas quando o coração é mole, e como são nossos filhos, quantas vezes há cedências,que no fim até parece que traz arrependimento.
    O meio termo é dificil para os pais.
    Realmente o melhor é conversar e deixar os sermões,mas como diz o texto, tem de se estudar a "hora".
    Até brteve e volte.
    Herminia

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  12. Oi Isa!
    Os pais agora não têm o mesmo tempo que antigamente, embora se trabalhasse, não era exigido tanto.Repare que agora estão em formação constante.De que vale agora um mestrado? pois ainda custa bom dinheiro,e mesmo assim jovens e jovens sem emprego.
    E os empregados quantas horas trabalham? E o que lhe és é exigido por vezes é demais ,mas t>êm de segurar emprego, daí também o abuso.Quem paga?os filhos , o tempo é pouco para estarem com os pais.Não estou só falar à toa, o que lhe vale é os avós na rectaguarda.
    É a sociedade que se criou ,mas tenho esperança ,que dê uma volta de 36oº ,para tudo, mas erm primeiro lugar a familia ,pois é a base da sociedade, são os homens do amanhã os nossos governantes,
    Também concordo consigo,que filhos dão sermão aos pais infelizmente isso não deveria a contecer, pois quanto dos pais passaram miséria para lhes dar aquilo ,que nunca tivera,.
    Bem amiga, agora eu é que estou a pregar!!!!!!!!!
    Até breve e volte
    Herminia

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  13. Informar e educar...não é sermão!
    Abraço

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  14. Oi Alvaro.
    Obrigado por ter vindo a nossa casa.
    Gostei do tema, muito esclarecedor, escrita simples a não deixa duvidas.
    No meu entender é proveitoso.
    Até breve
    Herminia

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  15. Muito obrigadas, Evanir. Nós também temos muito a agradecer-lhe pelo carinho que tem mostrado para com o Começar de Novo. Continuaremos juntas nesta viagem, com certeza. Um beijinho e uma boa semana
    Hermínia e Emília

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